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sábado, 27 de julho de 2013

ANATEL VÊ MELHORAS EM SERVIÇOS DE OPERADORAS DE CELULARES


A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) percebeu melhoras nos serviços das operadoras de celulares, entre os meses de fevereiro e abril deste ano.

De acordo com os resultados do terceiro ciclo de avaliação dos planos de melhoria do SMP (Serviço Móvel Pessoal), as quatro operadoras avaliadas (Claro, Oi, Tim e Vivo) apresentaram resultados acima dos parâmetros de referência, com melhoras tanto no acesso, quanto na queda de ligações.
 

Ainda segundo a Agência, no que diz respeito ao acesso à rede de dados, todas as prestadoras alcançaram o patamar de referência nas redes de terceira geração.

A Anatel informa que, entre agosto de 2012 e abril 2013, houve redução de mais de oito milhões no número de acessos da rede de segunda geração e um aumento de mais de 14 milhões na de terceira geração, o que evidencia um movimento de migração da tecnologia 2G para a 3G.MSN
 
O FILÓSOFO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (PI) ABRE VAGAS PARA ESTÁGIO EM DIREITO



O Ministério Público do Trabalho no Piauí abriu inscrições para seleção de estagiários do curso de Direito para preenchimento de duas vagas imediatas e formação de cadastro de reserva para a instituição.

Podem concorrer estudantes que tenham concluído, no ato da inscrição, pelo menos 40% dos créditos do curso e que estejam regularmente matriculados em instituição pública ou privada, credenciada pelo órgão. 


As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pela internet, de 25 de julho a 08 de agosto de 2013, no endereço eletrônico www.prt22.mpt.gov.br. Após o preenchimento do formulário eletrônico e a confirmação dos dados, o candidato deverá imprimir o comprovante de inscrição preliminar e entrega-lo na sede da PRT dentro do prazo destinado às inscrições. 

Junto ao comprovante, devem ser anexados ainda: cópia do documento de identidade (com a exibição da original), declaração que comprove os 40% dos créditos já cursados (expedida pela instituição a qual é matriculado), laudo médico (no caso de candidatos com deficiência) e termo de adesão (no caso de candidatos que optarem por participar do Sistema de Cotas para Minorias Étnico-Raciais).CidadeVerde

Clique aqui e faça sua inscrição.
 
O FILÓSOFO

NOVAS CÉDULAS DE R$ 2 E R$ 5 COMEÇAM A CIRCULAR NESTA SEGUNDA-FEIRA


Começam a circular no mercado a partir de segunda-feira, 29, as notas de R$ 2 e R$ 5 da segunda família de cédulas do real, divulgou o Banco Central (BC) na tarde desta sexta. Há um ano, entraram em circulação as novas notas de R$ 10 e R$ 20 e, em dezembro de 2010, as de R$ 50 e R$ 100.

No caso das cédulas de R$ 2, a cor continua a ser predominantemente azul, mas as dimensões agora são de 121 mm x 65 mm. Em um dos lados, segundo o BC, segue a efígie da República como figura principal; o número "2"; a marca tátil; as expressões "República Federativa do Brasil" e "Deus seja louvado"; as legendas "2 reais" e "2010" (ano de aprovação do design da cédula); o quebra-cabeça; o número escondido e o elemento fluorescente.

Já o reverso apresenta a tartaruga-marinha como figura principal; as expressões "dois reais" e "Banco Central do Brasil"; o número "2"; o quebra-cabeça; as microchancelas e a dupla numeração da cédula, uma localizada no canto inferior esquerdo e a outra, fluorescente, no canto superior direito.

No caso da nota de R$ 5, a cor que prevalece é o lilás e as dimensões são de 128 mm x 65 mm. De um lado, a cédula apresenta a efígie da República como figura principal; o número "5"; a marca tátil; as expressões "República Federativa do Brasil" e "Deus seja louvado"; as legendas "5 reais" e "2010" (ano de aprovação do design da cédula); o quebra-cabeça; o número escondido e o elemento fluorescente.

De outro, apresenta a garça como figura principal; as expressões "cinco reais" e "Banco Central do Brasil"; o número "5"; o quebra-cabeça e a dupla numeração da cédula, uma localizada no canto inferior esquerdo e a outra, fluorescente, no canto superior direito.

Segurança
Entre os principais dispositivos de segurança das cédulas estão a marca d"água, a marca tátil (impressão em alto-relevo), número escondido, itens fluorescentes, microimpressões e quebra-cabeça, que é uma novidade: impressão de partes complementares do valor das cédulas, em áreas coincidentes do anverso e do reverso, formando a figura completa quando a cédula é examinada contra a luz.

As especificações das novas cédulas constam do Comunicado 24.249, assinado pelo chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho.Estadão

O FILÓSOFO

MEC:ADESÃO À LISTA DE ESPERA DO PROUNI DEVE SER FEITA ATÉ SEGUNDA


O candidato que tenha ficado fora das duas convocações já realizadas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) do Ministério da Educação pode ainda integrar a lista de espera. A adesão, on-line, deve ser feita a partir desta sexta-feira, 26, até segunda-feira, 29.
 
A lista estará disponível para consulta pelas instituições de educação superior integrantes do programa em 1º de agosto. No dia seguinte, será feita a primeira convocação. O candidato selecionado terá até o dia 7 do mesmo mês para a comprovação dos documentos e matrícula. Em 12 de agosto, será feita a segunda convocação. O prazo para aferição dos documentos e matrícula vai até o dia 15.
 
No processo seletivo deste segundo semestre, o ProUni registrou o total de 436.941 candidatos a bolsas. O número de inscrições chegou a 844.864 — cada estudante pôde fazer até duas opções de curso.
 
Foram ofertadas 90.045 bolsas — 55.693 integrais — em instituições particulares de educação superior. Puderam concorrer a bolsas os estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obtiveram no mínimo 450 pontos de média e nota na redação que não tenha sido zero.
 
Criado em 2005, o ProUni oferece bolsas de estudos em instituições particulares a estudantes egressos do ensino médio da rede pública. Também são atendidos bolsistas integrais oriundos da rede particular. Para a bolsa integral, o candidato precisa comprovar renda bruta familiar, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo. Para a bolsa parcial, de até três salários mínimos.
 
O resultado da seleção e o cronograma a ser acompanhado pelos candidatos estão na página do ProUni na internet. A lista de espera estará aberta a consultas pelas instituições de ensino em 1º de agosto, no Sistema Informatizado do ProUni (Sisprouni).MEC
 
O FILÓSOFO

GOVERNADOR DÁ 20 DIAS PARA DETRAN SOLUCIONAR FALHAS


A paciência do usuário esgotou há muito. A do governador Wilson Martins também. O chefe do Executivo estadual reuniu nesta sexta-feira (26) representantes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e da Agência de Tecnologia da Informação (ATI) para o que assessores do Karnak chamaram de “puxão de orelha”. 

Na reunião a portas fechadas, Martins cobrou de Antônio Vasconcelos, diretor-geral do Detran, e de Thiago Siqueira, da ATI, soluções para as constantes panes nos sistemas de emissão e renovação de Carteiras de Habilitação, licenciamento de veículos e registro biométrico e fotográfico dos motoristas. 


Frequentemente, os referidos sistemas ficam indisponíveis. Isso impede o atendimento e irrita os usuários. O Detran responsabiliza a ATI pelas falhas, que as devolve para o Departamento de Trânsito. E os problemas se repetem, sem solução, há quase um mês. 

O governador reuniu os gestores para acabar com o jogo de “empurra” entre eles. Os serviços do Detran estão entre os que mais geram reclamações no Estado. O próprio Wilson Martins tem recebido cobranças pessoais. Irritado, resolveu, enfim, cobrar soluções. 

Quem presenciou a reunião no Palácio de Karnak, conta que Wilson Martins foi taxativo. O governador determinou que Vasconcelos e Siqueira sentem, apresentem soluções e resolvam as falhas nos sistemas do Detran. Agora os gestores têm de 15 a 20 dias para restabelecer a rotina de atendimento no Departamento de Trânsito. 

Início das falhas 
As falhas começaram no início deste mês. O motivo alegado oficialmente é a migração dos dados e dos sistemas do Detran para o novo computador de grande porte (Mainframe) adquirido pelo governo do Estado. “Com a mudança para o novo computador os sistemas do Detran devem ficar mais ágeis e o usuário será o maior beneficiário dessa mudança”, explicou o diretor geral do Detran, Antônio Vasconcelos, em comunicado emitido no dia 1º de julho.PortalODia

O FILÓSOFO

PRESIDENTE NACIONAL DA OAP VIRÁ AO PIAUÍ POR REFORMA POLÍTICA


O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado, estará em Teresina, nesta segunda-feira (29), para participar de uma mobilização em prol do anteprojeto de iniciativa popular Eleições Limpas, lançado pela OAB e cerca de 100 entidades da sociedade civil no último mês. O evento iniciará às 10 horas, na sede da OAB-PI, com o intuito de intensificar a coleta de coleta de assinaturas físicas e digitais.

O projeto tem como principais objetivos a defesa do financiamento democrático das campanhas, para que os candidatos ingressem ou permaneçam na política sem que tenham que se submeter a financiamentos por parte de empresas; do voto transparente e da liberdade de expressão na Internet.

Para o presidente da OAB-PI, Willian Guimarães, a Seccional Piauiense da OAB, em conjunto com o Conselho Federal, tem a responsabilidade de capitanear a coleta de assinaturas dos eleitores piauienses em favor do Projeto de Lei de iniciativa popular, "que implementa a necessária reforma política, cumprindo assim sua missão de ser a casa da cidadania da sociedade piauiense".

A seccional piauiense da Ordem já disponibilizou listas para a coleta de assinaturas em sua sede, Salas dos Advogados e Subseções de todo o Estado. Além disso, os interessados também podem contribuir com o projeto através do site www.eleicoeslimpas.org.br.OAB/PI

O FILÓSOFO

INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL ABRE CONCURSO PÚBLICO COM SALÁRIO DE ATÉ R$ 3.138,70

 
O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) está com inscrições abertas para o concurso público para a admissão de técnicos administrativos em educação de nível fundamental, médio e superior. Os salários variam de R$ 1.547,23 a R$ 3.138,70, com carga horária de 40 horas semanais. 

De acordo com o edital, são 206 vagas. As inscrições vão até a próxima terça-feira (30) e podem ser feitas no site da Comissão Permanente de Vestibular (Copeve) . As taxas são R$ 50 (nível fundamental), R$ 80 (nível médio) e R$ 100 (nível superior). 

Para o nível fundamental, o cargo oferecido é de auxiliar em administração. Para as funções que exigem ensino médio, há vagas para assistente em administração, técnico de laboratório (várias áreas), técnico de tecnologia da informação, técnico em agropecuária, técnico em audiovisual, tradutor e intérprete de linguagem de sinais, revisor de texto em braile e assistente de alunos. 

Os cargos para o nível superior são: administrador, analista de tecnologia da informação, arquivista, assistente social, bibliotecário, contador, enfermeiro, engenheiro agrônomo, engenheiro civil, engenheiro eletricista, engenheiro de segurança do trabalho, médico/clínica médica/trabalho, pedagogo, programador visual, psicólogo, relações públicas, revisor de texto, secretário executivo e técnico em assuntos educacionais. 

As vagas estão distribuídas entre os campi de Aquidauana, Corumbá, Coxim, Ponta Porã, Nova Andradina e Três Lagoas. 

A prova escrita objetiva está prevista para o dia 20 de outubro, às 14h (de MS). O resultado final do concurso será divulgado no Diário Oficial da União e no site da instituição.
O concurso terá validade de dois anos, a contar da data de publicação do resultado final, e poderá ser prorrogado, uma vez, pelo mesmo período.G1

O FILÓSOFO

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A DEPRESSÃO E O DESEJO 01





A depressão revelou-se como um fenômeno clínico, que aponta para uma estrutura – neurose ou psicose. Se a psiquiatria responde, na maioria das vezes, com o medicamento que visa amenizar a dor “um comprimido para o deprimido” –, a psicanálise abre a possibilidade de o sujeito remediar o próprio sofrimento com a palavra.

Voltemos ao caso clínico, a fim de ilustrar a articulação existente entre teoria e prática clínica. O marido e a esposa, o marido havia morrido subitamente, devido a uma parada cardíaca, que não pôde ser revertida pelos médicos. Até os dias atuais, a esposa, refere que a perda lhe é inaceitável e que acredita que tenha sido um erro médico.

Ressente-se por não ter tido tempo de se despedir do marido e reconhece que, desde então, não conseguiu mais chorar, tendo se tornado “uma pessoa fria e congelada”.

Ao longo de seu percurso clínico, questões importantes foram emergindo no discurso d esposa, possibilitando a instauração do trabalho analítico. Uma de suas falas é determinante: “ou eu mato meu marido ou ele me mata”.


Pela primeira vez, seus olhos se enchem de lágrimas e ela diz o quanto se sente “sufocada” por não conseguir, até hoje, chorar pela morte do seu marido.

Este dizer, inicialmente, apontava para uma identificação narcísica da paciente com o marido, já falecido, e essa identificação ocorre comumente na melancolia, levando, naquele momento, a uma hipótese diagnóstica clínica – psicose.

A esposa relata que, inúmeras vezes, pensou em se suicidar, acreditando que esta seria a única forma de eliminar seu sofrimento. Ao ser indagada sobre se havia pensado em como realizaria este ato, ela responde que sim – com um tiro na cabeça, pois no coração poderia errar.

O risco de um suicídio, remetendo a uma possível gravidade do caso, acarretava preocupação e instigava à reflexão. Uma pergunta começou a se impor: ao risco de suicídio, poderíamos contrapor a possibilidade de um trabalho pela palavra que viabilizasse uma mudança de posição?

Outra pergunta surgiu posteriormente: até que ponto a preocupação com a gravidade do caso, ligada ao risco de suicídio, poderia ser articulada à própria insistência da paciente em torno deste tema? A esposa costumava perguntar ao analista se a gravidade do seu caso lhe causava preocupação.


No decorrer dos atendimentos, a paciente, ao invés de falar em “matar” passa a utilizar a palavra “enterrar” – “eu preciso enterrar o meu marido”. Este giro (matar para enterrar) nos sugere uma abertura a um trabalho de luto, e, a partir de então, a paciente começa a apresentar um outro discurso, diferente daquele trazido inicialmente, do quanto dizia sentir-se “congelada”.

O trabalho analítico possibilitou a abertura ao luto, permitindo repensarmos a hipótese diagnóstica inicial.

Concluímos, portanto, que a paciente apresentava traços melancólicos em uma estrutura clínica de uma neurose, mais especificamente, histérica.

Discutimos também a questão da depressão, momento peculiar, em que as perdas aparecem de forma mais freqüente, o que requer a elaboração de um trabalho de luto. Trata-se de perdas sucessivas e variadas em relação ao corpo físico, sofrimento moral, morte de um ente querido – marido ou esposa, filhos. Nesse contexto, nem sempre o sujeito consegue elaborar lutos, razão pela qual a depressão parece ser cada vez mais comum após uma longa experiência de vida.


Algumas questões suscitaram nosso interesse em refletir sobre a depressão após ter vivido uma longa experiência: será que existe uma particularidade na clínica psicanalítica nestes casos? O que Freud observa sobre o atendimento psicanalítico aos nesta fase da vida?

Existiria alguma contra-indicação ou será possível à clínica psicanalítica, visto que estamos lidando com o sujeito, que, para a psicanálise, não envelhece?

Ângela Mucida (2004) afirma que, embora seja possível encontrar na obra de Freud algumas contra-indicações da psicanálise para está fase da vida, devemos considerar que estas foram proferidas em um determinado contexto teórico-clínico do autor. Em vários momentos de sua obra, ao contrário, Freud convoca o analista a desenvolver o dispositivo clínico por ele criado.

Dentre as contra-indicações referentes aos adultos de idade mais avançada, encontramos a afirmação freudiana de que, não sendo aplicável em todos os casos, a terapia psicanalítica teria algumas limitações, entre elas a exigência de um certo grau de maturidade e compreensão – não seria, portanto, adequada a jovens ou adultos mais novo e mentalmente débeis ou incultos.
(Freud 1898, p. 268)

Observa, ainda, que “fracassa com pessoas adultas mais experientes, porque o tratamento tomaria tanto tempo, devido à acumulação de material, que ao fim elas teriam chegado a um período de vida em que nenhum valor atribui à saúde nervosa”.
(Freud 1898, p. 268),


Após arrolar outras contra-indicações, conclui “finalmente, o tratamento só é possível quando o paciente tem um estado psíquico normal a partir do qual o material patológico pode ser controlado”.

Em seu texto “Sobre a psicoterapia”, Freud (1905 [1904]) afirma que a idade dos pacientes deve ser considerada quando da indicação para o tratamento psicanalítico, já que, em pessoas próximas ou acima dos cinqüenta anos, não haveria mais a plasticidade dos processos anímicos de que depende este tipo de trabalho. As pessoas idosas não seriam mais educáveis e, além disso, o material a ser elaborado prolongaria indefinidamente a duração do tratamento.

No mesmo texto, Freud afirma que as psicoses, os estados confessionais e a depressão profundamente arraigada seriam impróprios para a psicanálise. Ressalta que não considera uma impossibilidade absoluta, pois uma modificação apropriada do método poderia levar a superar a contra-indicação no caso das psicoses.

Da mesma forma que em relação ao caso da psicose, Freud mostrou-se um pouco resistente na indicação da psicanálise para os adultos mais experientes, ao longo de sua obra. Porém, em alguns momentos, parece repensar o assunto, como em seu texto “Sobre a transitoriedade”, em que Freud (1916[1915], p. 317) observa que “a limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição”, referindo-se a uma flor que, por durar apenas uma noite, não deixava de ser bela.

Comenta que, enquanto a transitoriedade diminui a beleza da flor para uns, para outros, esta seria ainda mais apreciada.

“Podemos pensar que, estando o sujeito mais em contato com a própria finitude, o suposto pouco tempo para trabalhar em uma análise seria, talvez, facilitador. É o que Freud observa, de forma poética, no texto acima referido”.
(Mucida 2004),


A partir dessa afirmação freudiana, ressalta que, para alguns adultos, o limite do tempo para se definirem algumas posições subjetivas provoca a emergência do tempo de compreender e de concluir, ou seja, podendo usufruir ainda mais do curto período de uma análise. Nesse caso, tendem a se defender menos, resistindo menos que outros adultos ao tratamento analítico.

Se para a psicanálise há o sujeito do inconsciente e do desejo, logo, independente da idade cronológica, pode haver uma aposta em uma análise. A tese principal de (Mucida 2004) está, justamente, apoiada no estatuto do sujeito para a psicanálise.

Com Freud e Lacan, o sujeito, referido ao inconsciente, não envelhece, assim como o desejo se caracteriza por seu caráter indestrutível e não dependente da idade. A atemporalidade do inconsciente remete a um sujeito que não envelhece jamais.

Em “Nossa atitude para com a morte”, (Freud 1915) afirma que, no inconsciente, cada um de nós está convencido de sua imortalidade, ou seja, o sujeito se comporta como se fosse imortal, não acreditando na própria morte. É somente como espectadores que podemos imaginar algo em relação à nossa própria morte. No inconsciente, onde habita nosso desejo, não há uma representação simbólica da morte, razão pela qual o sujeito crê e, muitas vezes, age como se fosse imortal. 

 
Considerando o postulado psicanalítico do inconsciente, não há como falar em idade cronológica, da mesma forma que não há idade para o desejo, e, enquanto houver desejo, há uma aposta em uma análise. O sujeito é o desejo, tal como Lacan afirmava.

Segundo Mucida (2004, p.31), há diferentes posições subjetivas que o adulto pode ocupar frente ao próprio desejo e a amadurecimento implicaria “um saber vestir esse desejo”. O que acontece, na maioria das vezes, é que a entrada na idade adulta mais experiente implica uma ruptura com o desejo, uma vez que é marcada por aspectos puramente negativos. A depressão seria, então, uma possível ‘saída’, uma retirada estratégica para evitar o real em cena. A idade adulta mais experiente poderia atualizar a problemática da castração a partir do luto do que já se foi e de diferentes perdas significativas. A aposentadoria, por exemplo, pode significar uma perda de poder e prestígio e de laço social, podendo até mesmo ocasionar uma ferida narcísica grave. Para a autora, não há idade adulta experiente sem luto, ou seja, a idade adulta experiente  implica poder realizar lutos.

Ainda em “Sobre a transitoriedade”, Freud (1916[1915]) indaga por que é tão penosa a retirada da libido dos objetos perdidos. Sua observação o conduz a considerar que a libido se apega a seus objetos e não renuncia àqueles que foram perdidos, mesmo quando um substituto já lhes acena. Ou seja, há uma grande dificuldade no abandono de uma posição libidinal, o que explica o tempo bastante variável para realizar um trabalho de luto.

As perdas advindas da velhice exigem, assim, um trabalho de luto, pois é um momento no qual os rearranjos que o sujeito realizou para enfrentar o real tendem a desmoronar, assim como muitos de seus ideais. Não podemos negar que, apesar da perda não ser um corolário da idade adulta experiente, estas se tornam mais freqüentes a partir de certa idade – variável para cada um –, impondo elaborações para a construção de outros ideais. Nesse sentido, a depressão aparece como uma resposta possível ao trabalho inoperante do luto, devendo ser tomada sempre como singular, ou seja, em relação ao sujeito que se diz “deprimido” e ao que seus significantes apontam.


Consideramos que o significante depressão está cada vez mais acoplado ao significante na idade adulta experiente, como se envelhecer ou tornar-se “um pouco mais velho” significasse necessariamente ficar deprimido.

Com isso, na idade adulta experiente acaba por ser duplamente excluído socialmente. Observamos, no entanto, que a depressão não se manifesta apenas na idade adulta experiente, já que muitos sujeitos entram na idade adulta experiente quando ainda jovens, ao abrirem mão de seu desejo. É inegável, entretanto, que a depressão tende a surgir, de forma mais incisiva, na velhice, devido ao acúmulo intenso de perdas, conforme abordamos anteriormente.

Tomamos, como ponto de partida, o texto de Freud (1917 [1915]), “Luto e melancolia”, a fim de percorrer, em outros de seus textos, assim como nas contribuições de Lacan e de Melanie Klein, um caminho de delimitação de cada termo, em articulação com aspectos do caso clínico apresentado.

Verificamos que tanto o luto quanto a melancolia, na maioria das vezes, são “reações” diante de uma perda significativa, que pode ser de um ideal ou mesmo de uma “abstração”, como afirmava Freud. Se o luto implica um trabalho de elaboração (Traüerarbeit) frente a uma perda significativa, não sendo, em princípio, patológico, na melancolia não há a possibilidade de simbolizar a perda, tratando-se de uma perda de natureza mais ideal.

A melancolia se caracteriza por um desânimo profundamente penoso, cessação de interesse pelo mundo externo, perda da capacidade de amar, inibição de toda a produtividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima – “sentimento de estima de si” – a ponto de encontrar expressão em se recriminar e em se degradar, culminando ainda numa expectativa delirante de punição. No luto, “a perturbação da estima de si” está ausente, assim como a
expectativa delirante de punição.


CONTINUA NO PRÓXIMO ARTIGO

O ANALISTA FILÓSOSFO

sábado, 13 de julho de 2013

PSÍCOSE DA INFORMAÇÃO 02

CONTINUAÇÃO DO ARTIGO ANTERIOR




Continuando o assunto anterior “PSICOSE 01” onde tratamos das mídias publicas Em relação as atuais manifestações públicas.



Isto, nada mais é do que uma afirmativa sobre a consistência da opinião pública e um dos motivos que a formam, isto é que certas idéias e sentimentos só surgem ou só se transformam em atos em grupo.



Fundamental, ainda, é trazermos o conceito de especificidade de um grupo e de sua influência, uma vez que Freud diz que :



“Somos lembrados de quantos desses fenômenos de dependência fazem parte da constituição normal da sociedade humana, de quão pouca originalidade e coragem pessoal podem encontrar-se nela, de quanto cada indivíduo é governado por essas atitudes da mente grupal que se apresentam sob formas tais como características raciais preconceitos de classe, opinião pública etc.”.

(FREUD: 1921: 150)



Mais do que as mentes grupais, podem considerar as idéias refletidas, em Trotter (1916) sobre o instinto de rebanho ou instinto gregário (‘gregariousness’, gregarismo) que deriva fenômenos mentais, descritos como ocorrentes nos grupos, inato aos seres humanos, tal como a outras espécies de animais. 



Biologicamente, diz ele, esse gregarismo constitui uma analogia à multicelularidade, sendo, por assim dizer, uma continuação dela.



Se estiver sozinho, o indivíduo sente-se incompleto. O medo apresentado, pelas crianças pequenas, já pareceria ser uma expressão desse instinto gregário.



“O instinto gregário pareceria ser algo primário, something which cannot be split up (algo que não pode ser dividido)”.

(TROTTER: 1916).



Neutralidade e opinião pública.



Então, seria a opinião pública, também, uma manifestação do instinto gregário?



Pode haver neutralidade na opinião pública?



Nosso primeiro pensamento volta-se para o que Freud diz a respeito do trabalho do sonho e das associações de idéias sobre o mesmo. Um sonho de manifestações sem associações de idéias não pode ser trabalhado e não fornece nenhum indicar para a cura. 




Opinião pública neutra não representa nada, algo levado a efeito no dia do sindicalismo. Isto afasta o grupo da realidade o isola em posição neutra, sem opinião, sem manifestação, sem participação. Qual seria, mesmo, a função da neutralidade, poderia ela funcionar como o escudo (broquel) do mito de Perseu, como defesa psicológica e matar as Medusas do mundo moderno?



Reportando-nos a um artigo do Prof.Antonio Holfeldt, sobre a opinião pública e a Teoria da Espiral do Silêncio de Elisabeth Noelle-Neumann, especialista em demoscopia (pesquisa de opinião pública sob a organização científica) nos chamou a atenção três momentos.



No primeiro momento, a autora baseou suas pesquisas nos estudos de Solomon Asch, (1972) sobre isolamento e conformidade social e, permitiu a idéia que haveria uma tendência, isto é, a dos jornalistas para uma consonância irreal quando relatam os acontecimentos Evoluindo para um segundo momento aborda a caracterização da hipótese da espiral do silêncio para indivíduo, o não-isolamento em si mesmo que é mais importante que seu não julgamento. Definindo daí, dois conceitos referentes, o clima de opinião, à sensibilidade de percepção da maioria dos indivíduos no que diz respeito às diferenças opinativas e, a opinião pública à interação estabelecida entre atitudes individuais no parecer emitido pela coletividade, isto é, pela influência provocada na audiência pelas médias chega-se à confluência do que seja a opinião majoritária.

(NOELLE-NEUMANN apud HOHLFELD:2001:231)




Finalmente, Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984) diz que a opinião pública não é, apenas, uma função manifesta, mas, antes de tudo, uma função latente o que reforça os princípios da psicanálise e suas duas ordens de expressão : inconsciente (latente) e consciente ( manifesta).



Assim é que ao analisarmos a opinião publica isto é o lado do receptor das mensagens para quem se destina a mídia, podemos concluir que todas as questões, aqui, colocadas sobre a neutralidade, não encontram sustentação, nas Teorias de opinião pública, nem nas Teorias da Comunicação, nem nas Teorias de Grupo.



Neutralidade parece ser se for o caso, condição, qualidade, atributo do emissor da notícia, mas não uma exigência teórica prática da comunicação seja em que nível for.



A bem da verdade, a diferença dos registros da realidade, para o mito está no abismo das referências dos fatos ocorridos para os fatos imaginários.



Se considerarmos a importância dos meios de divulgação, das novas normas da informática, da comunicação eletrônica face à neutralidade, estaremos diante de fatos novos. O mais evidente de todos, constitui-se a partir de um olhar diferenciado frente aos fatos ocorridos, que chegam através da imagem o que favorecerá o aparecimento de novos pressupostos da comunicação. No momento ainda ficaremos com Freud e seus estudos sobre grupo ou com Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984) apostando nos seus estudos sobre a opinião pública em busca dos conteúdos latentes (inconscientes) e conteúdos manifestos (conscientes) das mensagens. Esperamos que nossas autoridades entenda nossas manifestações, ACORDA BRASIL!



FIM DO ARTIGO SOBRE PSÍCOSE 01 e 02

 O FILÓSOFO

quinta-feira, 11 de julho de 2013

PSICOSE DA INFORMAÇÃO 01




Este texto é uma reflexão sobre a neutralidade e sua presença na mídia, receptor e emissor e na opinião pública. Inicialmente concentramos nossos argumentos sobre as categorias de arbitrariedade e a temporalidade, que ocupam o imaginário-simbólico e são fundamentais na a produção do mito e por isto mesmo são opostas a neutralidade. A rigor, os conceitos psicanalíticos que tratam da questão da neutralidade a consideram como uma recomendação técnica, justificada, para a clínica. Apesar disto nos estudos freudianos o autor propõe a presença da neutralidade no humor mas sua ausência para o estudo de grupos. Finalmente abordamos uma das teorias da opinião pública que considera que os aspectos latentes e manifestos estão presentes nessa manifestação de grupo e conseqüentemente opinião pública neutra não representa nada.

Palavras-chave: neutralidade, imaginário, opinião pública.

Há uma relação determinada entre as questões da privacidade na mídia e a neutralidade. Diríamos que esta relação se refere a uma posição ética, do jornalista, ou de quem produz a notícia, e à maneira como a sociedade, a quem ele se dirige, responde.

A privacidade exigida vai perdurar durante o tempo de discrição necessário ao emissor, diante do conteúdo a ser noticiado. No caso da neutralidade, é diferente porque quem relata precisa estar muito atentos para não envolver sua percepção ou conteúdos inconscientes presentes em sua redação.

O que despertou nossa curiosidade para a reflexão sobre o tema da neutralidade foi, principalmente, a máxima que diz: 

 
“O jornalista deve ser neutro”.

Recentemente, deparei-me com a frase as idéias não são neutras, imediatamente me questionei sobre o que significava esta frase e me questionei sobre os textos.

O que quer dizer idéias neutras?

Quer dizer idéias frias, isoladas, ausentes, sem compromissos político-sociais, pouco verdadeiras, técnicas, numéricas?

Inicialmente, gostaria de me reportar aos estudos da mitologia que provocam, no pensamento, conseqüentemente nas idéias fendas suturadas ora, pelo imaginário ora, por outras categorias que, aos poucos, iremos desenvolver ao curso do texto.

Explico melhor: o pensamento mitológico-simbólico reproduz a profunda estrutura do sistema social, camuflando, por um lado, o jogo das pulsões e dos instintos que são reprimidos, coletivamente e, por outro, os expõe. Este jogo de esconde-esconde é tão mascarado, tão, perfeitamente, dissimulado que o olhar crítico do estudioso das ciências humanas ou, mais precisamente, a experiência analítica do pensamento não pode dar conta de todas as categorias psico-sociológicas.

A arbitrariedade, condição essencial do mito e categoria ausente da neutralidade, além de ser um fator mitológico determinante, faz parte das imagens que o compõe.

Estes caminhos, as forças sobre-humanas destes heróis manifestantes, os caminhos estranhos que têm a percorrer são, todos, anti-racionais. Imaginar a luta de Perseu contra a Medusa e seu escudo mágico e protetor que ele carregava consigo, leva-nos ao misto do pensamento imaginário, antinatural e fictício. Poder-se-ia dizer até que o mito foi criado para estes heróis que saem as ruas manifestar por seus ideais, isto mesmo.



Registrar o terrífico da realidade, sobretudo, quando dentro dela estão as pulsões , sejam elas quais forem, agressivas ou sexuais, ameaçando, vir à tona, seja em qual for à situação. Qualquer absurdo pode ser previsto como factível porque, seguindo as mesmas características dos contos de fada e dos mitos, não há a mínima necessidade de serem comprovados porque, além de serem arbitrários, podem ser inverossímeis por serem imaginários.

Se, Don Quixote necessitava lutar contra os moinhos de ventos, em suas noites de insônia, necessitava, também, refletir sobre a rota que deveria seguir com Sancho Pança. O mito, também, está próximo da obra literária. O mito de Perseu está para o individual, assim como, o personagem de Don Quixote está para o manifestante.

O que vai diferenciá-los será a possibilidade de praticar a arbitrariedade de mostrar-se onipotente ou as exigências decorrentes de cada um deles.

Desta lógica imprecisa, que é a lógica do imaginário nascem as áreas, tão díspares, como a semiótica, a lingüística ou a psicanálise que reivindicaram um autêntico corte epistemológico, dentro das ciências sociais. Para estudo da Comunicação e da Informação caracterizar essa nova área de, a maioria dos autores separa comunicação interpessoal de comunicação de massa, distinção esta que provoca uma série de equívocos, porque associa a primeira, sempre à psicologia geral (comunicação interpessoal) enquanto deixa os estudos da comunicação de massa, com o estatuto definido e relacionado aos estudos da técnica e das Teorias da comunicação propriamente dita. Algumas categorias da psicologia social poderiam auxiliar estes estudos.

Com efeito, sempre houve na comunicação de massa, uma atmosfera que privilegia a expressão das ações latentes e subjacentes (por que não dizer, inconscientes?), cuja interpretação técnica exerce grande influência sobre o pensamento dos profissionais da área. Por vezes, a explicação de um psicanalista sobre determinado evento social foi fundamental para a sua compreensão pelos consumidores da informação – e, do espetáculo. Pior, ainda: algumas vezes, justificaram ou explicaram eventos, sem sentido maior, como crimes ou violência social. 


Felizmente, a mídia até mesmo o JORNALISMO CIDADÃO - em especial, o jornalismo - está mais atenta às fontes de informação. Hoje, seus agentes procuram, com mais freqüência, a opinião de especialistas e sabem distinguir pensamento técnico e neutro, de pensamento sensacionalista e comprometido.

Muitas pesquisas em comunicação dispõem de conceitos da psicanálise, como ferramentas relevantes e, abordam os aspectos ideais intrínsecos à comunicação de maneira generalizada, incluindo as análises de conteúdo das mensagens. O mesmo ocorre em suas formas de criação e difusão, mostrando-se como é grande o campo das análises dos efeitos intencionais (conscientes) e não-intencionais (inconscientes), na mídia.

“Esta convicção, não estamos sós, pois Blanca Muñoz acrescenta que definitivamente, as crenças morais, as categorias do pensamento coletivo, a ideologia, os comportamentos religiosos (...), se explicam em estreita interdependência nas constantes comunicativas”.
(MUNOZ:1995:39).

A linguagem é o que impede que tudo signifique a cada instante e que tudo tenha sentido.

O caráter de ilusão da linguagem, de manifestação do inconsciente, provoca sua falha conseqüentemente sua função poética. Até os números podem ser negativos, positivos e neutros. Daí podermos tirar a lição que nem a matemática é somente neutra, quanto mais quem que lida com as palavras, relata fatos ocorridos, fatos ocorrendo no presente ou aqueles que ocorrerão no futuro.

O que significa dizer que a mais alta definição de neutro corresponde à mais baixa definição de subjetividade.

Isto é, estaríamos diante da psicose, do pensamento concreto, isolado, autista, egocêntrico. Surge, então, um outro fator relevante a partir da valorização da informação dos fatos que é a informação do espetáculo, onde o princípio de neutralidade desaparece da mídia porque ela está obrigada a expor todos os pontos de vista, informando tudo ao público, a partir de idéias pré-elaboradas, pré-concebidas, sem espaço para que ele, o público, forme sua opinião. Há uma sutileza, neste movimento mediático porque a informação passa a ser uma mercadoria e, sob estas condições, oferece condição de negociação gerando a ambigüidade:

Ser neutro ou ser sensacionalista.

Um dos exemplos (mesmo que horrível), mais claros, das contradições entre a neutralidade e o sensacionalismo tem sido viabilizado pela televisão nos modelos dos Reality shows > A televisão, que abusa das imagens grotescas, chocantes, dos escândalos, da violência exacerbada, produzindo uma vida cotidiana hiper-realista e emocionante. Recentemente, a televisão brasileira apresentou um quadro que deixou o público fascinado, o programa intitulado Big Brother: nele, doze pessoas concentradas numa casa durante 48 dias, mostravam suas peculiaridades e por elas eram provocadas. O público com o poder do voto e de depoimentos decidia quem ficava ou quem saia do programa. Evidente que o ganhador foi aquele que melhor expressou as contradições da opinião do público. 
 
Sigmund Freud
Neutralidade na psicanálise e o instinto gregário.

Nos estudos psicanalíticos de Sigmund Freud, o conceito de neutralidade surge a partir da separação dos métodos de sugestão que aprisionavam o terapeuta para a evolução da criação da técnica da psicanálise. Ele é proposto, como uma qualidade que o analista deve ter, em três momentos:

“Neutralidade é uma qualidade que define a atitude do analista durante a cura. O analista deve ser neutro enquanto os valores morais e sociais isto é, não dirigir a cura em função de um ideal qualquer, e abster-se de todo conselho, neutro com respeito às manifestações transferências o que habitualmente se expressa através da fórmula “não entrar no jogo do paciente”; e por último, neutro enquanto ao discurso do analisado, isto é, não conceber a priori uma importância preferente a um determinado fragmento ou a um determinado tipo de significações”.
(LAPLANCHE, PONTALIS: 1971:. 266) .

Fica claro nesta definição que a neutralidade é uma recomendação técnica específica para o atendimento clínico. E, nem é de longe semelhante a “neutralidade benevolente”, considerada, na linguagem diplomática, como aquela que nos leva a conduzir pensamento e comportamento, para um manejo conveniente de situações delicadas e também não auxilia à reflexão do possível pensamento neutro do jornalismo, porque aqui trata-se de comportamento técnico.

Interessante é registrar a observação de Freud sobre os chistes e a neutralidade. Freud nos lembra de Shakespeare em um verso de Love ́s Labour ́s, v 2, que diz:

“A fortuna de um gracejo reside no ouvido. De quem o escuta, nunca na língua de quem o faz”.
(SHAKESPEARE apud FREUD)

(continuaremos este artigo amanhã)
                                                                     
O FILÓSOFO