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sábado, 13 de julho de 2013

PSÍCOSE DA INFORMAÇÃO 02

CONTINUAÇÃO DO ARTIGO ANTERIOR




Continuando o assunto anterior “PSICOSE 01” onde tratamos das mídias publicas Em relação as atuais manifestações públicas.



Isto, nada mais é do que uma afirmativa sobre a consistência da opinião pública e um dos motivos que a formam, isto é que certas idéias e sentimentos só surgem ou só se transformam em atos em grupo.



Fundamental, ainda, é trazermos o conceito de especificidade de um grupo e de sua influência, uma vez que Freud diz que :



“Somos lembrados de quantos desses fenômenos de dependência fazem parte da constituição normal da sociedade humana, de quão pouca originalidade e coragem pessoal podem encontrar-se nela, de quanto cada indivíduo é governado por essas atitudes da mente grupal que se apresentam sob formas tais como características raciais preconceitos de classe, opinião pública etc.”.

(FREUD: 1921: 150)



Mais do que as mentes grupais, podem considerar as idéias refletidas, em Trotter (1916) sobre o instinto de rebanho ou instinto gregário (‘gregariousness’, gregarismo) que deriva fenômenos mentais, descritos como ocorrentes nos grupos, inato aos seres humanos, tal como a outras espécies de animais. 



Biologicamente, diz ele, esse gregarismo constitui uma analogia à multicelularidade, sendo, por assim dizer, uma continuação dela.



Se estiver sozinho, o indivíduo sente-se incompleto. O medo apresentado, pelas crianças pequenas, já pareceria ser uma expressão desse instinto gregário.



“O instinto gregário pareceria ser algo primário, something which cannot be split up (algo que não pode ser dividido)”.

(TROTTER: 1916).



Neutralidade e opinião pública.



Então, seria a opinião pública, também, uma manifestação do instinto gregário?



Pode haver neutralidade na opinião pública?



Nosso primeiro pensamento volta-se para o que Freud diz a respeito do trabalho do sonho e das associações de idéias sobre o mesmo. Um sonho de manifestações sem associações de idéias não pode ser trabalhado e não fornece nenhum indicar para a cura. 




Opinião pública neutra não representa nada, algo levado a efeito no dia do sindicalismo. Isto afasta o grupo da realidade o isola em posição neutra, sem opinião, sem manifestação, sem participação. Qual seria, mesmo, a função da neutralidade, poderia ela funcionar como o escudo (broquel) do mito de Perseu, como defesa psicológica e matar as Medusas do mundo moderno?



Reportando-nos a um artigo do Prof.Antonio Holfeldt, sobre a opinião pública e a Teoria da Espiral do Silêncio de Elisabeth Noelle-Neumann, especialista em demoscopia (pesquisa de opinião pública sob a organização científica) nos chamou a atenção três momentos.



No primeiro momento, a autora baseou suas pesquisas nos estudos de Solomon Asch, (1972) sobre isolamento e conformidade social e, permitiu a idéia que haveria uma tendência, isto é, a dos jornalistas para uma consonância irreal quando relatam os acontecimentos Evoluindo para um segundo momento aborda a caracterização da hipótese da espiral do silêncio para indivíduo, o não-isolamento em si mesmo que é mais importante que seu não julgamento. Definindo daí, dois conceitos referentes, o clima de opinião, à sensibilidade de percepção da maioria dos indivíduos no que diz respeito às diferenças opinativas e, a opinião pública à interação estabelecida entre atitudes individuais no parecer emitido pela coletividade, isto é, pela influência provocada na audiência pelas médias chega-se à confluência do que seja a opinião majoritária.

(NOELLE-NEUMANN apud HOHLFELD:2001:231)




Finalmente, Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984) diz que a opinião pública não é, apenas, uma função manifesta, mas, antes de tudo, uma função latente o que reforça os princípios da psicanálise e suas duas ordens de expressão : inconsciente (latente) e consciente ( manifesta).



Assim é que ao analisarmos a opinião publica isto é o lado do receptor das mensagens para quem se destina a mídia, podemos concluir que todas as questões, aqui, colocadas sobre a neutralidade, não encontram sustentação, nas Teorias de opinião pública, nem nas Teorias da Comunicação, nem nas Teorias de Grupo.



Neutralidade parece ser se for o caso, condição, qualidade, atributo do emissor da notícia, mas não uma exigência teórica prática da comunicação seja em que nível for.



A bem da verdade, a diferença dos registros da realidade, para o mito está no abismo das referências dos fatos ocorridos para os fatos imaginários.



Se considerarmos a importância dos meios de divulgação, das novas normas da informática, da comunicação eletrônica face à neutralidade, estaremos diante de fatos novos. O mais evidente de todos, constitui-se a partir de um olhar diferenciado frente aos fatos ocorridos, que chegam através da imagem o que favorecerá o aparecimento de novos pressupostos da comunicação. No momento ainda ficaremos com Freud e seus estudos sobre grupo ou com Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984) apostando nos seus estudos sobre a opinião pública em busca dos conteúdos latentes (inconscientes) e conteúdos manifestos (conscientes) das mensagens. Esperamos que nossas autoridades entenda nossas manifestações, ACORDA BRASIL!



FIM DO ARTIGO SOBRE PSÍCOSE 01 e 02

 O FILÓSOFO

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