CONTINUAÇÃO DO ARTIGO ANTERIOR
Continuando o
assunto anterior “PSICOSE 01” onde tratamos das mídias publicas Em relação as
atuais manifestações públicas.
Isto, nada
mais é do que uma afirmativa sobre a consistência da opinião pública e um dos
motivos que a formam, isto é que certas idéias e sentimentos só surgem ou só se
transformam em atos em grupo.
Fundamental,
ainda, é trazermos o conceito de especificidade de um grupo e de sua
influência, uma vez que Freud diz que :
“Somos
lembrados de quantos desses fenômenos de dependência fazem parte da
constituição normal da sociedade humana, de quão pouca originalidade e coragem
pessoal podem encontrar-se nela, de quanto cada indivíduo é governado por essas
atitudes da mente grupal que se apresentam sob formas tais como características
raciais preconceitos de classe, opinião pública etc.”.
(FREUD: 1921: 150)
Mais do que
as mentes grupais, podem considerar as idéias refletidas, em Trotter (1916)
sobre o instinto de rebanho ou instinto gregário (‘gregariousness’, gregarismo)
que deriva fenômenos mentais, descritos como ocorrentes nos grupos, inato aos
seres humanos, tal como a outras espécies de animais.
Biologicamente,
diz ele, esse gregarismo constitui uma analogia à multicelularidade, sendo, por
assim dizer, uma continuação dela.
Se estiver
sozinho, o indivíduo sente-se incompleto. O medo apresentado, pelas crianças
pequenas, já pareceria ser uma expressão desse instinto gregário.
“O instinto
gregário pareceria ser algo primário, something which cannot be split up (algo
que não pode ser dividido)”.
(TROTTER: 1916).
Neutralidade
e opinião pública.
Então, seria
a opinião pública, também, uma manifestação do instinto gregário?
Pode haver
neutralidade na opinião pública?
Nosso
primeiro pensamento volta-se para o que Freud diz a respeito do trabalho do
sonho e das associações de idéias sobre o mesmo. Um sonho de manifestações sem
associações de idéias não pode ser trabalhado e não fornece nenhum indicar para
a cura.
Opinião
pública neutra não representa nada, algo levado a efeito no dia do sindicalismo.
Isto afasta o grupo da realidade o isola em posição neutra, sem opinião, sem
manifestação, sem participação. Qual seria, mesmo, a função da neutralidade,
poderia ela funcionar como o escudo (broquel) do mito de Perseu, como defesa
psicológica e matar as Medusas do mundo moderno?
Reportando-nos
a um artigo do Prof.Antonio Holfeldt, sobre a opinião pública e a Teoria da
Espiral do Silêncio de Elisabeth Noelle-Neumann, especialista em demoscopia
(pesquisa de opinião pública sob a organização científica) nos chamou a atenção
três momentos.
No primeiro
momento, a autora baseou suas pesquisas nos estudos de Solomon Asch, (1972) sobre isolamento e conformidade social e,
permitiu a idéia que haveria uma tendência, isto é, a dos jornalistas para uma
consonância irreal quando relatam os acontecimentos Evoluindo para um segundo
momento aborda a caracterização da hipótese da espiral do silêncio para indivíduo,
o não-isolamento em si mesmo que é mais importante que seu não julgamento. Definindo
daí, dois conceitos referentes, o clima de opinião, à sensibilidade de
percepção da maioria dos indivíduos no que diz respeito às diferenças opinativas
e, a opinião pública à interação estabelecida entre atitudes individuais no
parecer emitido pela coletividade, isto é, pela influência provocada na
audiência pelas médias chega-se à confluência do que seja a opinião majoritária.
(NOELLE-NEUMANN apud HOHLFELD:2001:231)
Finalmente,
Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984) diz
que a opinião pública não é, apenas, uma função manifesta, mas, antes de tudo,
uma função latente o que reforça os princípios da psicanálise e suas duas ordens
de expressão : inconsciente (latente) e consciente ( manifesta).
Assim é que
ao analisarmos a opinião publica isto é o lado do receptor das mensagens para
quem se destina a mídia, podemos concluir que todas as questões, aqui, colocadas
sobre a neutralidade, não encontram sustentação, nas Teorias de opinião pública,
nem nas Teorias da Comunicação, nem nas Teorias de Grupo.
Neutralidade parece
ser se for o caso, condição, qualidade, atributo do emissor da notícia, mas não
uma exigência teórica prática da comunicação seja em que nível for.
A bem da
verdade, a diferença dos registros da realidade, para o mito está no abismo das
referências dos fatos ocorridos para os fatos imaginários.
Se considerarmos
a importância dos meios de divulgação, das novas normas da informática, da comunicação
eletrônica face à neutralidade, estaremos diante de fatos novos. O mais evidente
de todos, constitui-se a partir de um olhar diferenciado frente aos fatos ocorridos,
que chegam através da imagem o que favorecerá o aparecimento de novos pressupostos
da comunicação. No momento ainda ficaremos com Freud e seus estudos sobre grupo
ou com Elisabeth Noelle-Neumann (1980-1984)
apostando nos seus estudos sobre a opinião pública em busca dos conteúdos
latentes (inconscientes) e conteúdos manifestos (conscientes) das mensagens. Esperamos
que nossas autoridades entenda nossas manifestações, ACORDA BRASIL!
FIM DO ARTIGO SOBRE PSÍCOSE 01 e
02
O
FILÓSOFO
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