Após a inédita vitória da Copa
Libertadores da América, restava ao torcedor corintiano o grito de campeão
mundial fora de seus domínios. Depois de uma questionada e polêmica vitória em
2000, quando o time foi convidado para participar do torneio organizado pela
Fifa no Brasil, o Corinthians foi ao Japão, venceu os dois jogos disputados,
não sofreu nenhum gol e bateu os ingleses do Chelsea por 1 a 0, ontem, em
Yokohama, no Japão.
Com 68.275 pagantes e uma presença
massiva do torcedor corintiano, o Timão encerrou uma hegemonia européia. Desde
2006, quando o Inter venceu o Barcelona, um clube sul-americano não ganhava a
competição. No Japão, o time conquistou o campeonato mais longe de sua sede e
de quebra superou o tabu de nunca ter vencido um time inglês. Agora são duas
derrotas, dois empates e uma vitória.
Corinthians e Chelsea entraram com
formações diferentes para a decisão do Mundial. No time londrino, o técnico
espanhol Rafa Benítez voltou a escalar Ramires, Lampard e Moses, como na
primeira partida contra o Monterrey, do México. Porém, Oscar ficou no banco de
reservas. Na equipe paulista, Tite sacou o meia Douglas para a entrada de Jorge
Henrique. A idéia de reforçar a marcação no setor esquerdo do ataque adversário
deu certo no primeiro tempo para o clube brasileiro.
No entanto, o lado direito ofensivo
do Chelsea teve liberdade e criou chances para os ingleses. As melhores foram
defendidas pelo goleiro Cássio, destaque corintiano na etapa inicial e eleito
como o melhor jogador da partida e da competição. Em um destes lances, o atleta
chegou a fazer uma intervenção com as pernas em cima da linha do gol. Em outro,
salvou um gol praticamente certo de Moses com as pontas dos dedos. O
Corinthians tentava responder com a velocidade de Emerson e a força de Guerreiro,
mas as conclusões eram falhas.
Na volta do intervalo, a equipe
brasileira foi superior à do rival, porém errava o último passe. Até que aos 23
minutos, após bate e rebate na área do time londrino, Guerreiro cabeceou livre
para fazer o gol corintiano. Atrás do placar, Benítez colocou Oscar, Marin e
Azpilicueta nas vagas de Moses, Hazard e Ivanovic. Tite respondeu com as
entradas de Martinez e Wallace.
No fim do jogo, o zagueiro Cahill,
do Chelsea, ainda foi expulso por acertar Emerson sem bola, e Cássio salvou o
Corinthians em mais um arremate de Torres à queima-roupa. Mata teve a
oportunidade do empate no último lance, mas não conseguiu.
No jogo preliminar, o Monterrey conquistou
a terceira colocação na competição, ao derrotar o Al Ahly, do Egito, por 2 a 0.
Com o triunfo, igualou a melhor campanha de um time mexicano de Mundial de
Clubes. Em 2000, o Necaxa garantiu a terceira colocação. Já o Al Ahly fracassou
na tentativa de repetir a campanha de 2006, quando superou o mexicano América
na disputa pelo terceiro lugar.
Corinthians 1 x 0
Chelsea
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Cássio; Alessandro,
Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique,
Emerson (Wallace) e Guerreiro (Martínez).
Técnico: Tite. |
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Cech; Ivanovic
(Azpilicueta), David Luiz, Cahill e Ashley Cole; Ramires, Lampard, Moses
(Oscar) e Mata; Hazard (Marin) e Torres.
Técnico: Rafa Benítez. |
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Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)
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Goleiro Cássio é eleito o melhor jogador da final e do Mundial
O goleiro Cássio foi eleito o melhor jogador do
Mundial de Clubes depois das inúmeras defesas na final contra o Chelsea, e
igualou o feito de Rogério Ceni em 2005. O atleta do São Paulo era até então o
único goleiro eleito o melhor do Mundial desde que o torneio passou a ser
reconhecido pela Fifa, em 2000.
Além de ganhar o prêmio máximo da competição,
Cássio foi eleito também o melhor jogador da final.
“Valeu nosso empenho. Tivemos um planejamento bem
feito até a final e eu fiz minha parte”, disse o camisa 12 após a partida.
O arqueiro fez seis defesas, com destaque para
três. Duas foram no primeiro tempo: uma logo no começo, após conclusão do
zagueiro Cahill, e outra em um chute de Moses, eleita pelo corintiano como a
defesa mais difícil no jogo.
Cássio começou a Taça Libertadores como reserva e
só ganhou a posição depois que o até então titular Júlio César falhou nas
quartas de final do Campeonato Paulista, contra a Ponte Preta. O gaúcho de
Veranópolis, na Serra gaúcha, ainda desconhecido da torcida, ganhou a confiança
de Tite. Iniciou na Libertadores contra o Emelec, nas oitavas de final, e fez
milagre em um chute de Diego Souza, nas quartas de final, contra o Vasco. Desde
então não saiu mais do time.
Tite afirma que vitória corintiana traz lições para o futebol
Depois da consagração com o título
do Mundial, o técnico Tite fez uma análise mais profunda do sucesso recente
alcançado pelo Corinthians. Segundo ele, a vitória corintiana traz lições para
o futebol, como a valorização do trabalho de longo prazo e o conceito de que a
força coletiva tem que prevalecer sobre as individualidades.
Na avaliação dele, a força do
conjunto é a principal característica desse time corintiano. Mesmo no seu caso
específico, ele ressaltou a força coletiva. “Tenho a dimensão exata de que isso
é o um trabalho de equipe. O técnico tem seu valor, mas esse mérito vai também
para a comissão técnica”, disse Tite na entrevista coletiva após a final.
Ele também entende que o sucesso
corintiano foi resultado direto da aposta no trabalho de longo prazo. Para
isso, citou os dirigentes do clube que o mantiveram no cargo mesmo quando havia
grande pressão para demissão - o momento mais crítico foi no começo de 2011,
após o Corinthians ser eliminado pelo inexpressivo Tolima na Libertadores. “Tive
o privilégio de ter uma direção que acreditou no meu trabalho nos momentos mais
difíceis”, ressaltou o comandante, citando o ex-presidente Andrés Sanchez e o
presidente Mário Gobbi.
"PRA VOCÊ QUE TORCEU CONTRA... VAI CORINTHIANS!!!!
Contratado pelo Corinthians no final
de 2010 para disputar as últimas rodadas do Brasileirão, Tite está em sua
segunda passagem pelo clube - a primeira foi em 2004. Nesse período de dois
anos, entrou para a história corintiana: foi campeão do Brasileirão em 2011 e
conquistou nesta temporada os títulos da Libertadores e do Mundial.
O FILÓSOFO
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