Comportamento do cardeal Bergoglio indica que a era do "papa-rei na corte do Vaticano" acabou.
Os primeiros três dias de pontificado do papa
Francisco já deram ao mundo uma amostra do que vai ser ter um sacerdote jesuíta
pela primeira vez na história como líder dos 1,2 bilhão de católicos no mundo.
Minutos após o resultado da eleição no conclave ter sido declarado na Capela
Sistina, um funcionário do Vaticano chamado de Mestre de Cerimônias ofereceu ao
novo papa a tradicional capa vermelha decorada com pele que o seu antecessor,
Bento 16, usava com orgulho em cerimônias importantes.
“Não, obrigado, monsenhor”, teria afirmado o papa
Francisco. “Você pode vesti-la.
O Carnaval acabou!”, disse.
Esse foi apenas um pequeno sinal de muitos nestes
dias de que, como comentou um dos mais ácidos colunistas italianos, Massimo
Franco, do jornal “Corriere Della Sera”, “a era do papa-rei e da corte do
Vaticano acabou”. Era só olhar os rostos chocados de muitos dos membros da
corte quando perceberam de repente o significado do que havia acontecido e
entenderam que aquilo realmente havia acabado.
Papa Francisco também criticou seu apartamento no
Palácio Apostólico: grande demais
Outro momento da verdade ocorreu quando o papa
Francisco quebrou os lacres do Apartamento Papal no Palácio Apostólico para
tomar posse de sua nova casa.
Funcionários do Vaticano se ajoelharam e se
curvaram quando o arcebispo George Gaenswein, secretário do agora papa emérito
Bento 16 e ainda chefe da casa pontifícia, procurava o interruptor de luz
enquanto o papa observava imóvel a cena, na penumbra. “Há espaço para 300
pessoas aqui”, ele teria dito.
“Eu não preciso de todo esse espaço.”
Nomeações
O novo papa ainda não deu nenhuma indicação de sua escolha para o segundo cargo na hierarquia do Vaticano, o de secretário de Estado. Claramente os cardeais e monsenhores italianos que gerenciavam o Vaticano durante o pontificado de Bento 16 gostariam de ser mantidos em seus cargos (todos os altos cargos do Vaticano expiram quando há um posto vacante na Santa Sé). Mas muitos ficarão desapontados.
O novo papa ainda não deu nenhuma indicação de sua escolha para o segundo cargo na hierarquia do Vaticano, o de secretário de Estado. Claramente os cardeais e monsenhores italianos que gerenciavam o Vaticano durante o pontificado de Bento 16 gostariam de ser mantidos em seus cargos (todos os altos cargos do Vaticano expiram quando há um posto vacante na Santa Sé). Mas muitos ficarão desapontados.
O papa Francisco espera fazer suas nomeações em seu
próprio ritmo e em seu próprio tempo, e deve fazer mudanças significativas em
questão de semanas, conforme a lenta burocracia do Vaticano avance. O que vem
fascinando os vaticanistas é que o novo papa não tem um secretário ou assessor
pessoal que o siga em todos os lados como George Gaenswein fazia com Bento 16.
Poucas horas após sua eleição, o novo papa escapou
do Vaticano em um carro comum para rezar na basílica de Roma onde o fundador de
sua ordem rezou séculos antes. E então pediu ao motorista que parasse no hotel
para clérigos no centro onde havia se hospedado em Roma antes do conclave para
pagar suas contas e tomar seus pertences. No dia seguinte ele novamente deixou
o Vaticano, incógnito, para visitar um amigo doente no hospital.
O
FILÓSOFO
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