Finalmente, quero lembrar que esse tipo de discurso que se embriaga com
a ilusão de possuir a verdade sobre a fé, sobre o CRISTO e sobre a plenitude da
vida cristã.
Muitos evangélicos têm o mesmo discurso. Eu até acho engraçado que agora
alguns deles estejam reclamando, dizendo que “Roma pegou pesado”. Ora, possuir a plenitude da fé ou de ser os “verdadeiros cristãos”
sempre esteve presente nas igrejas protestantes, especialmente nos
grupos mais evangélicos, influenciados pelo pietismo ou pelo fundamentalismo.
A título de exemplo, observemos o grupo que se identifica com o "Pacto
de Lausanne". A maioria se denomina “evangelical” ou “evangélicos” o
Conselho Mundial de Igrejas (CMI) é uma realidade e toda e qualquer teologia que não siga
alguns “dogmas” evangélicos (inerrância e infalibilidade da Bíblia, conversão
como o ato que une a pessoa a DEUS, santificação entendida moralmente, etc.).
É o caso do documento Chamam-se cristãos, resultado de um encontro
patrocinado pelo Comitê de Lausanne em 1980, na cidade de Pattaya (Tailândia).
Nas definições ali apresentadas, não há possibilidade para que alguém que não
tenha passado pela experiência emocional da conversão possa afirmar-se cristão.
Ao citar os católicos-romanos, o documento os classifica em vários
grupos (tridentinos, modernistas, culturais, étnicos, carismáticos, alienados,
relapsos e, por fim, moderados), mas só abre alguma esperança de salvação para
os católicos carismáticos, pois nesse caso, “alguns são verdadeiramente
nascidos de novo”. Quanto aos protestantes, o
tratamento não é diferente. Os evangelicais se revelam extremamente presunçosos
e pretensiosos na definição que dão de um “cristão protestante nominal”.
No final das contas, evangélicos e católicos são bastante iguais na
presunção como interpretam a si mesmos e como interpretam uns aos outros. A
plenitude da graça, a verdade bíblica ou a salvação está sempre segura em suas
mãos. Os católicos depositam sua segurança na objetividade da Igreja enquanto
instituição. A fonte de sua verdade-de-fé é a eclesiologia. Já os evangélicos depositam
sua segurança na conversão. A fonte de sua verdade-de-fé é a
soteriologia interpretada em moldes pietistas e wesleyanos. Portanto, nenhum
dos dois grupos tem o direito de reclamar ou atacar o outro. Talvez o melhor
caminho a ser seguido por ambos seja o de tirar a trave do próprio olho antes
de tentar soprar o cisco do olho do próximo.
PARA ONDE VAI O BARQUINHO ECUMÊNICO?
Nesses tempos em que cada denominação procura afirmar sua própria
identidade (o que, por si, já é sinal de crise de identidade), fica difícil
prognosticar a respeito do futuro do ecumenismo. Particularmente, vejo poucos
progressos no diálogo entre as cúpulas eclesiásticas, mas vejo fumaça e medo de se apresentarem como ecumênicos onde há fumaça há fogo. Isso não significa que
tais encontros deixarão de existir, mas o fato é que o efeito destas reuniões
será longa a conclusão. Ao contrário, talvez se intensifiquem ainda mais.
Afinal, é preciso gastar um pouco do dinheiro do povo em viagens, hotéis,
relatórios e papéis. Isso é até mais fácil do que investir (no plano teológico
e pastoral) para leigos (as) e principalmente Pastores e clérigos (as).
Porém, dizer que a esperança está nos leigos (as) também não resolve
muito, pois a maioria deles e delas está alijada das esferas políticas de suas
denominações e ainda é mantida em regime de cativeiro-teológico por seus
pastores e pastoras. E quando alguns conseguem libertar-se do cativeiro, não
encontram espaço nas instituições.
Mas para não terminar num tom pessimista e melancólico, é preciso
afirmar que o futuro não depende de nós, mas de DEUS mesmo, e ELE virá tenha
certeza e antes que ELE venha acontecerá a união dos dois grupos. Faz parte de SEU projeto, ou de SEU “plano”, conforme dizem as
Escrituras, para que ELE emita a ordem "CHEGOU A HORA MEU FILHO, VAI"
e a PAROUSIA SERÁ IMINENTE “levar os tempos à sua plenitude". É por isso
que esse barquinho ainda resiste em afundar, apesar dos torpedos e bombas que
constantemente lhe atingem o casco. O ecumenismo caminha a passos largos e não
depende de Evangélicos ou da Igreja Romana.
Tampouco terminará em nenhum dos dois seguimentos, embora O PAPADO assim
o creia. A união e reconciliação das religiões ainda é um mistério a ser
revelado, mas não depende de Evangélicos ou Romanos, isto é um Plano de DEUS
tão somente e ELE sabe o dia e hora desta reunião não saudável mas que acontecerá nada escapa do olhar do
Senhor e do seu imensurável poder.
O FILÓSOFO
TAMBÉM
Dr. EM TEOLOGIA
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