PROTESTOS DE GREVISTAS ATRASA SERVIÇO NO TRE

Dia tumultuado, ontem, na sede do Tribunal Regional Eleitoral - TRE no Piauí. Vários servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público Federal - MPF, em greve desde o início da semana, atrapalharam a entrada de pessoas no prédio do Tribunal e impediram o acesso aos elevadores. O resultado disso foi o comprometimento de parte dos trabalhos do órgão durante toda a manhã, em pleno período de preparação para as eleições municipais deste ano. 

Faixas fixadas em frente à entrada do TRE com os dizeres "sem negociação, não haverá eleição" alertavam quem chegava ao prédio sobre os protestos. Durante boa parte da manhã, vários servidores se acomodavam também no saguão do prédio, especialmente próximo às portas dos elevadores, impedindo que os equipamentos fossem utilizados pelo público. "Cerca de 70% das atividades aqui estão paradas e o foco dos nossos protestos continuará sendo o TRE, que é o ramo do judiciário mais importante no momento, por conta das eleições", afirma Pedro Laurentino, diretor do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal no Piauí (Sintrajufe).

A greve dos servidores federais do judiciário e do MPF começou na última segunda-feira (20). No Tribunal Regional do Trabalho - TRT, por exemplo, toda a parte administrativa e o fórum trabalhista estão com as atividades paralisadas. Os trabalhadores do judiciário afirmam que a categoria está a três anos esperando pela aprovação do Plano de Cargos e Salários na Câmara Federal. O documento prevê reposição salarial de cerca de 30%, referente às perdas dos últimos seis anos. Ao todo, são quase 1.100 funcionários da Justiça Federal atuando no Piauí.

"Nossa intenção é pressionar o governo e chamar atenção dos partidos para o nosso plano de cargos e salários, que há três anos tramita na Câmara Federal. O que foi proposto até agora não contempla as perdas que tivemos nos últimos anos", destaca Madalena Nunes, que também é da diretoria do Sintrajufe.

Nesta semana, o Governo Federal apresentou uma contraproposta aos servidores do judiciário. Pelo documento, o reajuste salarial dado seria de 15%, pago de forma parcelada em três anos. "A proposta está aquém da nossa necessidade. A greve deve continuar até que cheguemos a um acordo que, de fato, beneficie a categoria", afirmou Pedro.DP

O FILÓSOFO