A não ser nos
períodos de avivamento, as igrejas experimentam, geralmente, acentuadas
transformações até chegarem ao período de estagnação no qual permanecem
indefinidamente, alheias ao que se passa em redor, satisfeitas com tudo e com
todos, aceitando todas as fórmulas e métodos humanos, oficializando práticas e organizações muito úteis para companhias e
firmas comerciais, porém atrofiadoras
da vida espiritual, impróprias para
a igreja cristã. Faltando-lhe a água da inspiração, a igreja lança-se à procura
de sucedâneos, e vai buscar água em cacimba, desprezando a água viva.
Antes de ir buscar em
cacimba, a igreja passou por períodos e tempos festivos em que bebeu água da
sua fonte, isto é, da sua BOA
doutrina, da sua revelação, e inspiração, do seu zelo pelas almas sem Cristo,
amava ao próximo com muita ternura, o apóstolo até afirmou "amai até os
vossos inimigos" tendo desejo de santificação e dedicando-se ao
serviço com sacrifício voluntário, ideais puros, e fidelidade à revelação divina.
Tinha como fonte a
Palavra de Deus. Não era um departamento cujos líderes se corrompem por causa
de suas posições social/financeira, concilio quem determinava o que devia
fazer. Não era o ancião ou o presbitério que impunha suas inovações.
Não era uma assembléia
geral ou não que ditava leis. A Palavra de Deus, fonte das águas vivas, quando
praticada, tem em si todas as vantagens que as cacimbas não podem dar.
O primeiro período da
igreja é geralmente o período dos idealistas, o período do sacrifício, em que
o corpo, cansado pelo labor, alegra a alma pelo trabalho realizado; é o
período em que nem mesmo a carteira reclama quando é esvaziada para atender às
necessidades de outrem; é o período de dar, mas também é o período de receber,
de beber das águas da fonte, de beber diretamente da Palavra, numa consagração,
sem limites, a Deus.
O tempo de
sacrifícios para a igreja é também o período mais rico da graça; é quando a
água da vida jorra nela mais abundante, mais clara e mais refrescante.
Todos aqueles que
provaram as bênçãos desse período, reconhecem com gratidão quanto bem lhes fez
a água, a satisfação, o gozo, a experiência e a comunhão que beberam e
desfrutaram nesse primeiro período da igreja.
Antes de a igreja
chegar à fase de decadência
estabilizada, passa por um período de transição
em que a água da vida não mais corre,
em que há somente lembrança dos dias em que as bênçãos transbordavam até
alcançar os lares e os membros da família. Os pais crentes que serviam a Deus
fielmente na igreja bebiam da água da vida que ali havia e recolhiam bênçãos
tão abundantes, que o lar sentia seu reflexo.
"Quando os que comandam perdem a vergonha, os obedecem
perdem o respeito."
GEORG LICHTENBERG
Os filhos talvez não
bebessem diretamente dessa água, mas a água que os pais bebiam corria neles
como um caudal refrescando e regando.
O início da
decadência é o início das trevas:
"Não há mais o
interesse vivo pela obra do Senhor; rareiam os abnegados que tudo sacrificaram
para servir à causa de Cristo; não há mais ninguém disposto a sofrer pela
causa do Evangelho: ninguém mais enfrenta a mofa e o desprezo por amor a
Cristo; não existe a fé dos heróis que escolhem ser perseguidos com o povo de
Deus a ter o gozo passageiro do mundo".
Este é o período dos poços secos por falta de serem
conservados. É o caminho aberto para chegar a beber águas de cacimba imundas.
A igreja que chega à
fase da vida artificial e formalista, já perdeu o privilégio de beber a água
viva. Só tem a aparência de que vive.
Vai beber em cacimba. O culto pleno de vida e bênçãos não existe. O desejo de
aprender mais e mais de Deus desapareceu dos corações. Os testemunhos
vibrantes e inspirados nem ao menos são conhecidos. As conversões de almas são coisas
raras. Pois não se pensa mais nisso. Disciplinas aplicadas são de almas
relegadas ao ostracismo a repugnância, o descaso e o desamor. Os princípios rígidos de doutrina e moral desmoronaram.
Ninguém mais honra a palavra empenhada:
É o tempo do
descrédito na igreja.
Há igrejas que possuem
maiores e mais complicada burocracia do que algumas repartições públicas.
Possuem campanhas
para construções, movimentos para congressos de homens, de senhoras, de jovens
e crianças. Têm departamentos de educação, de ação social, de missões;
federações de todos os tipos; institutos que tratam de tudo. Menos de
evangelizar as almas. Ante uma máquina tão complicada a funcionar numa igreja,
seria de esperar que o rendimento espiritual fosse apreciável, e que não
faltasse a água viva.
Mas, querido leitor,
todo esse mecanismo é artificial e estranho á igreja de CRISTO: É água de cacimba
que entorpecem a vida do povo do Senhor.
A igreja tem a
Bíblia, a Palavra de Deus, para dar água viva a todos os sedentos. A água viva
da igreja e do cristão é o Evangelho, e só nele há a verdadeira água da vida.
Quando a igreja perde
a visão da revelação e bebe em cacimba, sua vida se altera e pode chegar a deixar de ser testemunha de CRISTO, para ser pedra
de escândalo e tropeço.
A igreja cristã
verdadeira, que deveria ter a revelação do Evangelho, basta-se a si mesma,
porque bebe da fonte da água viva. O poder da graça é a sua vida e o seu êxito;
não necessita transportar para dentro de suas portas o mundanismo, a moda, o
desamor, inovações ou cacimba:
Ela tem a água viva.
A tentação de imitar
os vizinhos ou de querer superar os demais, leva a igreja a desprezar a fonte
da revelação, para aceitar, em seu lugar, as cacimbas que muitas vezes contêm
águas pútridas e mortíferas. A fonte da graça tem águas vivas que continuamente
se renovam, enquanto que as cacimbas semeiam a morte espiritual.
Todos quantos lerem
estas linhas têm responsabilidade diante de Deus no que concerne à vida
espiritual. Há para todos uma parcela de culpa se beberem ou se concorrem para
que outros bebam em cacimba.
Como membros do
corpo, formam-se a igreja. Portanto, igrejas voltem à fé dos antigos, voltamos
a beber da água da vida, que é CRISTO mesmo.
O FILÓSOFO
TAMBÉM
DR. EM TEOLOGIA