Antes de censurarmos a insistência dos
apelos em favor do retorno à fé e à prática cristã dos dias apostólicos, seria
muito útil que lêssemos a Epístola de Paulo aos Gálatas, e, como complemento,
para maior clareza, olhássemos também cuidadosamente os capítulos segundo e
terceiro do livro do Apocalipse. Ali estão descritas as causas determinantes
das advertências que Deus fez às igrejas que começaram a coxear.
A razão da chamada à fé era o desejo da
parte do Senhor, de que essas igrejas voltassem a viver, a florescer e a
crescer na ordem espiritual, e não somente na abundância e grandeza
materiais. Para tanto, era necessário voltar ao lugar da queda, e ali iniciar
nova jornada. - Acaso persistem, hoje, as mesmas circunstâncias e os mesmos
perigos para a igreja, como nos fins do primeiro século? - Existem, sim, e
agravados de outros males não mencionados nas advertências aos cristãos
daquele tempo, mas expressos nos fatos e na conduta da igreja ou das igrejas na
atualidade.
Há forças ocultas interessadas em negar a
realidade dos acontecimentos; há o comodismo criminoso a justificar os desvios
e a aceitar todas as facilidades iníquas do caminho largo. Contrariar essas
forças é expor-se a sofrer perseguições e desprezo; porém, o estado de alarme
deve ser proclamado, antes que seja demasiado tarde.
A verdade inegável é que nem tudo corre
placidamente na vida das igrejas. Se é certo que nem todas as igrejas
apostataram da fé. também é certo que muitas servem a dois senhores, e outras
já estão acorrentadas pelo formalismo e pelo mundanismo.
Em alguns países há igrejas cuja luz são
trevas: aceitaram e adotaram todos os hábitos do mundo, inclusive jogos, diversões
e linguagem mundana. A única diferença é que tais coisas são praticadas por
seus membros, à sombra da própria igreja, no seu patrimônio, o que agrava ainda
mais o pecado diante de Deus: são a vergonha da Cruz.
No Brasil, já vão despontando também essas
idéias maléficas de agregar às igrejas esse apêndice apodrecido que infecciona
a vida dos membros do corpo de Cristo.
Se as igrejas não despertarem e não se
conservarem orando e vigiando, fatalmente serão arrastadas para o barato.
As advertências do livro do Apocalipse
tinham por finalidade despertar as igrejas que entraram em estado de sonolência
espiritual. As advertências que aqui ficam têm idêntica missão. Ainda há tempo
de consertar as relações com Deus. As igrejas que conservam elevado o seu padrão
espiritual, que cuidem em não descer! Que prossigam para o alvo soberano! As
que já estão à beira da falência, que voltem à fonte de Luz, e sua vida
renovar-se-á: seu testemunho passará a ser luz no Senhor!
Seria um crime contra a santidade de Deus,
agora que o modernismo e o mundanismo ameaçam a vida, as atividades e o brilho
da igreja (Seria um crime, repetimos!) não denunciar a aproximação da nuvem
de males que tenta ofuscar a missão da igreja.
Da atitude que os homens tomarem em
relação à orientação da igreja, dependerá também o êxito de seu brilho e sua
missão na terra.
- Por que insistimos no apelo à luta pelos
princípios verdadeiros do cristianismo?
- Pela mesma razão com que, no passado, o
Espírito Santo, por intermédio dos homens de Deus, insistia para que a Igreja
conservasse limpas as suas vestes, resplandecente o seu testemunho e honrada a
sua missão na terra...
O FILÓSOFO
TAMBÉM
DOUTOR EM TEOLOGIA
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