Em evento na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que teve a presença do
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a ex-ministra do Meio Ambiente
Marina Silva criticou o texto apresentado pelas delegações aos chefes de Estado
e de governo e revelou que espera que os líderes tragam modificações ao
documento final. Marina ainda apontou que o financiamento para a implementação
das ações sustentáveis é “insuficiente” para controlar a crise ambiental.
“Fundamentalmente, [faltam]
investimentos para a implementação das ações, que estavam previstos em US$ 100 bilhões,
pois US$ 30 é insuficiente. Mas, do mesmo jeito que se está fazendo um esforço
para conseguir US$ 400 bilhões para a crise econômica, por que não viabilizar
US$ 100 bilhões para a crise ambiental, que é mais grave do que a econômica?”, questionou
Marina.
Para a ex-ministra, o governo brasileiro
está satisfeito com o resultado do texto, mas ela se mostrou esperançosa de que
os chefes de Estado tragam novos termos ao rascunho.
“Acho que o objetivo do Brasil era um
documento que não tomasse decisão. E se o objetivo era esse, obviamente, pode
ficar satisfeito. A Rio+20 esmaeceu a memória da Rio 92”, disparou.
“O apelo da sociedade é para que eles
façam isso [mudar o texto final]. Então, todos estão com a
expectativa de que eles possam fazer alguma coisa, são os únicos que, nesse
momento, podem fazer alguma coisa. Mas se eles não fizerem, vamos voltar para
nossas casas com o compromisso de fazer, porque não podemos entregar o futuro
na mão de quem não resolve decidir por ele”, advertiu a ex-ministra sobre a
possibilidade de mudanças no documento final.
A ex-senadora se mostrou bastante
desapontada com o rumo das discussões da conferência e citou a resistência da
sociedade civil internacional, que considera o encontro um fracasso.
“A sociedade civil da Europa e do Brasil
acha que foi um fracasso [o documento final da Rio+20]. Os governos da
Europa, Brasil e EUA é que produziram esse fracasso”, declarou.
“O Brasil tem todas as condições de
liderar uma nova agenda sustentável, o problema é que é uma decisão política
que ainda não foi tomada a tempo”.
Jovens e veteranos
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
usou de sua diplomacia para tentar entusiasmar os muitos jovens que assistiam
aos discursos. Segundo Ban, em toda sua gestão no comando da ONU, a capacitação
dos jovens para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) foi
uma das prioridades.
“Fiz da capacitação de pessoas jovens uma das prioridades de meu
mandato como secretário-geral da ONU. Minha geração irá embora em breve e as
próximas gerações ficarão. Devemos combinar o trabalho dos agentes dos ODM com
a paixão da juventude”.
A apresentação, chamada Futuros
Sustentáveis: acelerando o progresso nos ODM pela inovação dos jovens,
contou, entre outros, com a participação de Jeffrey Sachs, conselheiro do
secretário-geral para os ODM, Ted Turner, fundador da emissora CNN e presidente
da Fundação da ONU, e Muhammad Yunus, ganhador do prêmio Nobel de economia.
O FILÓSOFO
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