“Não cobiço nem disputo os teus olhos; não estou sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos. Nem sei tampouco se quero ver o que vêem e do modo como vêem os teus olhos...”.
Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo, se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo...
Não me digas como se caminha e por onde é o caminho; deixa-me simplesmente acompanhar-te quando eu quiser...
Se o caminho dos teus passos estiver iluminado pela mais cintilante das estrelas que espreitam as noites e os dias, mesmo que tu me percas e eu te perca, "em algum lugar" na caminhada certamente nos encontraremos...
Não me expliques como deverei ser, quando um dia as circunstâncias quiserem que eu me encontre no espaço e no tempo de condições que tu entendes e dominas...
Semeia-te como és e oferece-te simplesmente à colheita de todas as horas...
Não me prendas as mãos, não faças delas instrumento dócil de inspirações que ainda não vivi...
Deixa-me arriscar o molde talvez incerto, deixa-me arriscar o barro talvez impróprio na oficina onde ganham forma e paixão todos os sonhos que antecipam o futuro...
E não me obrigues a ler os livros que eu ainda não adivinhei, nem queiras que eu saiba o que ainda não sou capaz de interrogar...
E não me obrigues a ler os livros que eu ainda não adivinhei, nem queiras que eu saiba o que ainda não sou capaz de interrogar...
”Protege-me das incursões obrigatórias que sufocam o prazer da descoberta, e com o silêncio (intimamente sábio) das tuas palavras e dos teus gestos, ajuda-me serenamente a ler e a escrever a minha própria vida.”
O FILÓSOFO
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