O planeta dos políticos brasileiros é mesmo arrebatador; quase que uma ficção equivalente, onde só poucos são amigos dos gestores, com o perdão do poeta.
É complexo esperar que desse universo de permutas e privilégios pudesse, um dia, compartilhar todos os cidadãos. Afinal, a opulência, a competência e a exclusividade dependem de um resquício; exige um Outro que fica de fora, para terem sentido.
Tal conjectura, porém, não seria surpreendente apenas por razões semiológicas. Há de se ponderar também a inviabilidade de um país onde reine a impunidade; onde desvios, fraudes milionárias, onde vice de alguma coisa e que nada sabem fazer que só são eleitos pelo poder do vil metal, cujas pretensões é ir além em sua carreiras medíocres que afetam integralmente a sociedade em suas ações sem propósitos que sejam simplesmente arquivados; em que mesmo crimes hediondos – estes que, no plano dos meros mortais, resultam, geralmente, em pobres encarcerados.
Seria inconcebível um mundo no qual, seja pela complacência de um poder público AMIGO, ou pela atuação de uma Grande Mídia comprometida, mesmo aqueles envolvidos com o tráfico de influência, malícias, mentiras, promessas, preconceito racial e religioso, não fossem jamais apontados como partícipes, diretos ou indiretos, dessas práticas.
Lógico que a Pasárgada de verdade não era a sem-vergonhice sonhada por Manuel Bandeira (creio), mas isso não interessa.
O importante é que as ruínas da passárgada a cidade ainda existe no Irã, são uma das relíquias mais importantes dos iranianos.
Ela começou a ser construída ao redor de 550 a.C, por Ciro, e foi a capital do primeiro grande império multicultural do Leste da Ásia, onde as tradições dos povos conquistados eram respeitadas.
Na PASSÁRGADA política brasileira, pune-se o “criminoso”, quando muito, com uma exoneração Midiática, espetacular. E, ainda assim, são sempre grandes as chances de retorno, com toda a pompa de direito.
Lá, nessa terra onde reina o corporativismo e tudo é feito em nome do voto, e pior é que perdem os votos certos por tais ações, não as boas ações, mas o fim é o mesmo das práticas políticas inexiste ou não importa. Também parece ser de menor importância a conduta dos Gestores “devotados servos de si mesmos”, desde que a retórica mantenha um mínimo de garbo e falsa elegância.
Com efeito, em pura artificialidade redundaria a elevação do ordinário ao nível do universo político. Consolemo-nos conservando a dignidade Severina em detrimento do simulacro potencializado, onde não há mais que o resquício da projeção da sombra. E desmoralização.
O FILÓSOFO
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