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terça-feira, 25 de outubro de 2011

IMPIEDOSA SUBVIDA D’ÁGUA


É fim de tarde. A noite com seu imperativo do desconhecido, a noite nos aguarda calada, só. Final de mais um dia. Água escassa, de desafios d’água, linda, capciosa. Pensa no sentido da vida que se sustenta na alienação dos seus esforços. Como romper a barreira da angústia, do medo? Mãos vazias, vida vazia. Entra em casas... Ribeirinha. As crianças dormem sob a ingenuidade do que as espera. A esposa dorme sob a singeleza do amor e da esperança. Da rusticidade da vida salta a força e o equilíbrio de mulher. Ele olha em volta de si, das coisas, e ali, na expressão máxima da realidade, a simplicidade se expõe como modo de viver... Exacerbação do ser, natural. Cansado, dorme. Ao amanhecer, a natureza acalenta. Restaura a alma. Mas cadê a água, néctar dos deuses. Procuramos água, procuramos vida, mas cadê.  O sol causticante nos assola com seu látego impiedoso, precisamos de água para saciar a sede e para banhar, mas cadê. Só que a brisa acenam com a expectativa de que pode melhorar. Dá sentido à vida por um tempo incerto. Tempo de daqui a pouco, acidioso. Tempo de futuro, impiedoso.



O FILÓSOFO

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