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terça-feira, 13 de setembro de 2011

EM MEIO A INCERTEZAS, REITOR GARANTE REALIZAÇÃO DIO VESTIBULAR DA UESPI

Carlos Alberto, reitor da UESPI

"Vai acontecer". Nessa frase o reitor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) garantiu a realização do vestibular da instituição no mês de novembro. A declaração minimiza, a princípio, os efeitos negativos gerados no decorrer da semana passada, na qual Carlos Alberto Pereira admitiu a existência de um desequilíbrio entre os valores recebidos com a arrecadação das inscrições dos estudantes e os gastos do certame, prejudicando a sua realização. Uma reunião com membros do Conselho Universitário da Uespi define até esta sexta-feira, dia 17, como a instituição irá equilibrar os gastos sem que exista déficit de recursos.

A diferença entre o valor arrecadado com as inscrições dos candidatos e o que se gasta com pagamento de fiscais, segurança e contratos com escolas tem gerado prejuízos à Uespi. Na avaliação de Carlos Alberto, o motivo responsável pela conta "não fechar" deve-se as isenções das taxas de inscrições, seja ela parcial ou total. Em 2010, cerca de 60% dos estudantes que prestaram o vestibular da universidade tiveram o valor da inscrição reduzida. "No último vestibular, segundo estatística, cada aluno inscrito pagou uma taxa equivalente a R$ 48,97; O que gerou uma receita cerca de R$ 1,5 milhões. Porém foram gastos R$ 2 milhões na promoção do vestibular, o que gerou uma diferença que nós não temos como pagar", explicou.   

O número estimado de alunos que devem realizar as provas ao final do ano chegará a 60 mil, de acordo com estudo feito pela Instituição. Caso aconteça, o número de inscritos corresponderá ao dobro das inscrições do vestibular passado. "Muitas instituições adotaram como forma de ingresso o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Com isso, nossa demanda deve chegar a este valor e aumentar ainda mais nosso déficit chegando até R$ 1 milhão", pontuou.     

 Em meio ao impasse, o Conselho Universitário vem estudando medidas que possam contrabalancear as isenções dos candidatos inscritos - mesmo sendo garantidas por Lei. "O que tenho para dizer no momento é que a sociedade piauiense fique tranquila. O vestibular vai acontecer. São 26 anos de história. Estamos encontrando alguma forma para equilibrar os gastos e as despesas com aquilo que arrecadamos. Não queremos ficar devendo fiscais de provas por um ano ou atrasar outros pagamentos por trabalhos prestados. Temos que ter recursos para gastar", finalizou. No último vestibular a Uespi ofertou  3.580 vagas, distribuídas entre 16 cursos de bacharelado e 11 de licenciatura.

'Incerteza faz imagem da universidade ficar ainda mais negativa', diz professor
As discussões sobre a realização ou não do vestibular da Uespi trouxeram à tona as precariedades vividas pela Instituição. Para Daniel Sólon, diretor regional do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e membro do Conselho Universitário o clima gerando para os vestibulando e sociedade piauiense é de "insegurança".

Segundo ele, falta um posicionamento do Governo do Estado a respeito do assunto e atualmente a universidade passa por problemas financeiros e de gestão. "Lamentável. Por conta de uma incerteza a imagem da universidade fica ainda mais negativa. É o momento para discutirmos o financiamento da educação, pois temos que ter responsabilidade perante a sociedade. Vamos cobrar para que sejam garantidas todas as condições para a realização do vestibular. As isenções são garantidas por Lei", defendeu. Ainda de acordo com Daniel Sólon, não houve avanço das melhorias salariais prometidas durante a campanha do SOS Uespi. "Pediram para suspenderem a greve e até hoje estamos esperando por uma negociação salarial", disse.

Convergente do mesmo pensamento de Sólon, o integrante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL) e aluno da universidade, Leonardo Maia argumenta que a gravidade da Uespi vem se prolongando ao longo dos anos. "Sofremos com as conseqüências pela falta de estrutura em todos os campi. A precariedade é extrema, principalmente no interior. Alunos fazem vaquinha para comprar lâmpadas, os acervos das bibliotecas são antigos e faltam técnicos nos laboratórios. Não temos ensino, nem pesquisa e tão pouca extensão", desabafou. Como resposta, o reitor Carlos Alberto declarou: "São vários pontos de vistas com relação a Uespi".ODia

O FILÓSOFO

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