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segunda-feira, 21 de maio de 2012

ELEITORES ESTREANTES QUEREM MELHORAS NA SAÚDE, EDUCAÇÃO E TRANSPORTE




Em outubro, quase 140 milhões de brasileiros devem ir às urnas escolher os prefeitos e vereadores de suas cidades. Desse total, aproximadamente 2,5 milhões, de acordo com dados atualizados em abril pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vão votar por livre e espontânea vontade. São jovens de 16 e 17 anos que, mesmo sem obrigação, optaram por participar do processo democrático.

O estudante Lucas Zantut, de 16 anos, se prepara para sua primeira eleição. Ele conta que resolveu tirar o título para exercer o direito que lhe é dado pela democracia, mas é cético quanto ao poder individual do voto. “Não acredito que sozinho seja capaz de mudar o local onde vivo, mas a consciência de ter feito minha parte é o mais importante”, acredita.

Letícia Ghiggino, de 17, critica esse tipo de pensamento. “Se todos tiverem essa mentalidade, de que o voto não fará a diferença, nunca teremos pessoas competentes”, afirma, apesar de acreditar ser difícil mudar a realidade.


A visão de Letícia, de 17 anos, é pouco mais positiva. Ele acredita que o voto pode transformar as cidades. “Nós elegemos nossos representantes e suas propostas e após a eleição é nosso dever fiscalizar o cumprimento das promessas”, afirma, resolveu tirar o título para ter seus interesses representados e também fiscalizar os políticos.

Letícia sabe exatamente o que quer dos políticos. “Eu espero que melhorem as cidades, mas está difícil achar alguém competente o suficiente para fazer as mudanças necessárias”, diz sem esconder seu desânimo antes de assumir: “não tenho confiança nos políticos”.

Ao dar sua visão sobre o tema, não ataca só os políticos, mas também a população. Ele elege o desinteresse dos brasileiros como o maior mal da política e acredita haver predominância de representantes dos interesses de instituições financeiras no governo, o que ele enxerga como algo negativo. “Para mim, grande parte é somente porta-voz de empresas e bancos”, lamenta.


Lucas concorda que a população deveria pensar melhor na hora de comparecer às urnas. “O maior culpado, além dos políticos, é o povo, que os elege”, acredita. “O Brasil é governado por fazendeiros há anos e ninguém faz nada”, revolta-se ao mesmo tempo em que escancara sua indignação com a aprovação do código florestal, que pode ser vetado pela presidenta Dilma dentro de dias.

Tem quem diga que criticar é fácil, difícil é fazer. Então, se o poder estivesse nas mãos desses jovens, quais seriam suas prioridades? Todos os entrevistados citam educação e saúde como as grandes urgências.

Mas Letícia diz, outro grande mal não foi esquecido. Na esteira da CPI que investiga as ligações do contraventor Carlinhos Cachoeira com agente públicos e privados e também com a possível proximidade do julgamento do chamado mensalão, os jovens se mostram decepcionados com o desperdício de dinheiro público que acreditam existir. “O maior mal, infelizmente, é a corrupção e a falta de seriedade de alguns políticos” dispara Letícia.


Muito ou pouco confiantes no poder transformador do voto, os adolescentes ao menos já deram o primeiro passo para tentar melhorar o país fazendo valer o direito que têm de participar da eleição. Como a emissão do título de eleitor é opcional na faixa etária em que se encontram, muitos na mesma idade nem sequer consideram a idéia de opinar nas urnas. Letícia, entretanto, aconselha que exerçam esse direito. “Só assim podem defender suas idéias”, pontua.


Letícia se diz ansiosa e ao mesmo tempo confusa em participar das eleições e acredita que quantos antes às pessoas se envolverem na política, melhor, mas ressalva:

“se for para votar em qualquer um, melhor não tirar o título”. Ela diz que fará uma boa pesquisa sobre os candidatos para ter certeza de que votou nas pessoas certas, por mais que elas não sejam eleitas.

Para Letícia, o maior problema é que grande parte dos brasileiros se interessam pouco por política por acreditarem que o Estado é algo muito distante e que dificilmente será modificado. Ele acredita que essa visão é equivocada, pois é o povo que compõe o governo. “Uma pessoa que não se interessa por política está condenada a ser governada por aquelas que se interessam”, conclui.

O FILÓSOFO

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