Após perder por 1 a 0, o Peixe precisa vencer por dois ou mais gols de vantagem
Santos, SP, 23 (AFI) - O Santos vai precisar que Neymar volte a ser Neymar, depois da apagada atuação do seu maior talento em Buenos Aires, para despachar o Vélez Sarsfield, da Argentina, nesta quinta-feira, às 20 horas, na Vila Belmiro, e avançar às semifinais da Copa Libertadores. Paulo Henrique Ganso vai fazer uma artroscopia no joelho direito nesta sexta e deverá ficar 20 dias em recuperação, mas está escalado para enfrentar os argentinos.
O jogo desta quinta é o primeiro grande desafio a ser superado pelo tricampeão paulista na principal competição sul-americana deste ano. Como perdeu por 1 a 0 no jogo de ida das quartas de final, será necessário vencer por dois ou mais gols de diferença para ficar com a vaga. Em caso de vitória por 1 a 0, a decisão será na disputa de pênaltis.
A situação é difícil, mas a classificação continua ao alcance do time que tem Neymar, Paulo Henrique Ganso e Arouca. O que não se pode imaginar é uma resposta semelhante à que foi dada ao Bolívar nas oitavas. Depois de perder em La Paz, na Bolívia, e sofrer com a altitude dos quase 3.700 metros e com as provocações da torcida local, o troco santista foi dado na Vila Belmiro com a goleada por 8 a 0.
Para cima dos hermanos
Agora, a situação é bem mais difícil porque equipes argentinas sabem como se comportar como visitante, são especialistas na marcação e em cadenciar o jogo, com troca de passes, principalmente quando estão na frente no marcador, como no jogo desta quinta. "O Vélez é o melhor time da Argentina na atualidade porque mantém o técnico e alguns jogadores há muito tempo", analisou o técnico Muricy Ramalho após o treino desta quarta.
A entrevista dele durou apenas nove minutos e foi a de menor duração desde a sua chegada ao clube. Muricy Ramalho estava irritado com o vazamento do procedimento cirúrgico a que Paulo Henrique Ganso será submetido e com a assessoria de imprensa, que abriu o portão do CT Rei Pelé para os jornalistas antes que ele comandasse um treino secreto.
Mas o Santos não será apenas Neymar. O treinador e todos os jogadores ouvidos escolheram o lendário Alçapão da Vila para ser o palco da virada. Houve enorme confusão na venda pela internet dos cinco mil ingressos destinados aos sócios do clube, o que indica que o torcedor acredita na reversão da vantagem dos argentinos, vai lotar o estádio e procurar desestabilizar o adversário.
O time
Apesar de Maranhão ter se recuperado de uma leve lesão muscular na coxa direita - atuou no segundo tempo do Santos contra o Bahia, no último domingo -, Muricy Ramalho decidiu manter o volante Henrique improvisado na lateral direita. "Henrique está jogando bem na posição. Ele marca bem e tem boa noção de cobertura. Como Henrique apoia pouco, Juan fica com maior liberdade para ir para o ataque", disse o treinador. De resto, o time será o dos últimos jogos, com Alan Kardec ao lado de Neymar no ataque, enquanto que Borges continuará na reserva.
Com 13 meses de Santos e conhecedor do futebol, Muricy Ramalho sabe que a paralisia que o time sofreu no jogo de Buenos Aires não é normal para quem está acostumado a atropelar os adversários. Daí a sua preocupação em liberar os titulares para ficarem três dias longe da bola e, na volta, diminuir a intensidade do trabalho. Ele sabe que, em condições normais, o seu time não joga mal duas partidas seguidas, principalmente quando a segunda é na Vila Belmiro.
Depois do descanso para que os jogadores se recuperassem da maratona de jogos, em razão da disputa simultânea das fases decisivas do Campeonato Paulista e da Libertadores, com viagens e situações adversas, Muricy Ramalho preocupou-se em controlar a ansiedade dos jogadores. Seu temor é que a procura pelo gol se transforme em correria.
Ele revelou, recentemente, que enfrenta dificuldades para mudar a cabeça dos jogadores, depois do baile que o time levou do Barcelona em dezembro passado, no Japão, na decisão do título do Mundial de Clubes da Fifa. "É difícil alterar a maneira de jogar e pensar de jogadores acostumados a partir para cima do adversário toda vez que recupera a bola. Mas, aos poucos, estamos conseguindo avançar", concluiu o treinador.
O FILÓSOFO
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