Uma pesquisa realizada no Reino Unido descobriu que
o Facebook esteve envolvido em pelo menos um terço dos divórcios. O número,
divulgado pela consultoria Divorce On-line, também é alto nos Estados Unidos,
onde a rede social cada vez mais tem sido usada como evidência para sustentar
quebras de matrimônio.
De acordo com o site Smart Money, 60% dos pedidos de divórcio que envolve provas digitais como e-mails ou mensagens de texto envolvem apenas atos realizados no Facebook. A idéia é que a aproximação entre as pessoas – incluindo possíveis interesses amorosos ou velhos casos – foi facilitada pela rede social, o que também aumentou as chances de adultério.
Segundo advogados ouvidos pelo Smart Money, a atividade em qualquer site de relacionamentos pode ser utilizada como prova em processos judiciais e existem até mesmo casos em que o juiz determinou a entrega de senhas de acesso para coleta de evidências. Esse tipo de material já foi usado, por exemplo, para determinar a custódia de filhos ou o valor de pensões alimentícias.
Mas por que, afinal de contas, o
Facebook está cada vez mais assumindo nos tribunais o papel de testemunha sobre
o comportamento das pessoas? Bom, para o autor do livro “Facebook and Your
Marriage” (Facebook e o Seu Casamento), K. Jason Krafsky, a rede serve como uma
espécie de catalisador de romances extraconjugais e tem sido utilizado para
conectar e reconectar pessoas.
Sejam aquelas que já tiveram algum tipo de
relacionamento no passado ou usuários que se conhecem apenas de vista. Para o
autor, tais possibilidades facilitam que uma pessoa, que normalmente não teria
coragem de trair, se arrisque a ter um caso. Algo que, em outras
circunstâncias, talvez não acontecesse.
Porém, além de ter se tornado o meio
favorito de quem quer pular a cerca, percebe-se também uma importante mudança
no comportamento dos tribunais americanos em relação às atividades que
acontecem dentro dos servidores do Facebook. Para Randy Kessler, especialista
em direito de família, quando o divórcio termina em um tribunal e o affair entram
em jogo, a atividade na rede social vem à tona.
O advogado lembra um caso no qual um juiz
determinou que as partes entregassem suas respectivas senhas para os advogados.
A partir do que foi encontrado por lá, foi possível traçar o perfil de cada um,
principalmente em relação ao excesso de festas e comentários maldosos sobre o
ex-parceiro.
E aí o Facebook deixa de ser testemunha e
vira ferramenta. A atividade na rede é admitida como prova e é considerado,
inclusive, um complemento para auxiliar um juiz a determinar, por exemplo, quem
fica com a custódia dos filhos ou qual será valor da pensão.
O problema finaliza Kessler, não é em
absoluto a rede social de Mark Zuckerberg. Mas sim como as possibilidades
oferecidas por ela estão sendo usadas, por muitos, para fins escusos.
O FILÓSOFO
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