José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça |
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que a Polícia Federal só deve abrir um inquérito para apurar irregularidades no Minitério dos Transportes se a CGU (Controladoria-Geral da União) apontar "fatos novos" durante a auditoria que realiza na pasta.
Com previsão de término para agosto, a auditoria analisa irregularidades em 34 contratos de obras e uma licitação.
"Essa é a razão pela qual, inclusive, eu recebi pedido de abertura de inquérito do Duarte Nogueira [líder do PSDB na Câmara] e despachei para o diretor da PF. Se os fatos já estiverem no sistema em curso não haveria porque abrir novo inquérito", disse o ministro nesta segunda-feira, em Brasília, referindo-se ao documento assinado pela oposição.
"Não posso abrir in abstrato um inquérito", continuou o ministro. "Eu abro uma auditoria, e, tendo indícios de crime, tem inquérito. A CGU está atuando para auditar contratos e se disser que surgiram fatos novos, aí se abre o inquérito", afirmou.
OPOSIÇÃO
Depois da reportagem da revista "Veja", em junho, que revelou suspeitas de corrupção no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e na estatal Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias), órgãos ligados ao Ministério dos Transportes, dois assessores da pasta foram exonerados e o ministro Alfredo Nascimento pediu demissão. O presidente da Vale, José Francisco das Neves foi substituído e o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, saiu de férias.
A oposição, porém, defendeu a continuidade das investigações. "Se [Nascimento] foi exonerado do Ministério dos Transportes por corrupção, não pode ser senador", afirmou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP).
Freire defendeu a abertura de um processo no Conselho de Ética do Senado para Alfredo Nascimento, que havia se afastado do cargo de senador para assumir o ministério.
Para o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), a saída do ministro não elimina a necessidade de investigação sobre as denúncias.
"Há fortes indícios de que existe um mensalão no Ministério dos Transportes e a saída do ministro não pode ser um ponto final na história. O Ministério Público precisa investigar, mensurar a extensão dos danos à sociedade e pedir o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos que possivelmente foram desviados", disse o líder.
A oposição também quer que Nascimento explique, na Justiça, o escândalo envolvendo o filho dele, Gustavo Morais Pereira.
Segundo o jornal "O Globo", Pereira teve o patrimônio aumentado em 86.500% entre 2005 e 2007.
O Ministério Público começou a investigar o escândalo por causa da triangulação entre a empresa de Gustavo, a Forma, e a SC Carvalho Transporte e Construções, beneficiária do Ministério dos Transportes e maior doadora para a campanha eleitoral do ministro Nascimento.
O FILÓSOFO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OBRIGADO POR DEIXAR UM COMENTÁRIO PARA O FOLHAS DE CAMPO MAIOR