Procurador-geral da República, Roberto Gurgel |
Diante do número crescente de estados
e municípios que não cumprem o piso salarial dos professores, um grupo de
trabalho da Comissão de Educação, formado por cinco senadores, resolveu se
mobilizar para exigir o cumprimento da Lei 11.738/08, que fixa o valor mínimo
para o pagamento dos profissionais do magistério em todo o país.
Em reunião com o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os senadores solicitaram que o
Ministério Público encaminhe uma representação ao Supremo Tribunal Federal
(STF) para que a lei seja cumprida.
O último levantamento da Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), concluído em março, mostra que
17 estados (das 27 unidades da Federação) descumprem a determinação legal de
pagamento do piso, atualmente de R$ 1.451, aos que iniciam a carreira e aos
professores que têm nível médio.
O Piauí editou uma medida provisória que
fixa o valor mínimo dos professores em R$ 1.451,00. A decisão foi alvo de
severas críticas do sindicato dos professore (SINTE_PI) em pronunciamento no
Plenário.
Para os senadores, essa medida (MP
193) reduz os salários da categoria e desrespeita as progressões do plano de
carreira.
- O Piauí foi surpreendido por um ato
ditatorial do governo, mais um golpe de morte na educação pública - protestou o
SINTE_PI, citando o fechamento de quase todas às escolas estaduais do Piauí.
Também fazem parte do grupo da
Comissão de Educação Cristóvão Buarque (PDT-DF), Ana Amélia (PP-RS) e Pedro
Taques (PDT-MT).
Senador Cristóvão Buarque (PDT-DF) |
Seanadora Ana Amélia (PP-RS) |
Senador Pedro Taques (PDT-MT) |
Gratificações
Alguns estados, segundo a
secretária-geral da CNTE, Marta Vanelli, querem pagar o piso para os
professores que têm nível superior, como é o caso do Piauí Outros, como Paraíba,
Santa Catarina.
Secretária-geral da CNTE, Marta Vanelli |
Essas manobras, segundo Marta,
configuram descumprimento da lei do piso, que teve origem em projeto de lei de Cristóvão
Buarque.
A iniciativa do grupo de senadores de
pedir a intervenção do Ministério Público, conforme requerimento de Cunha Lima
aprovado pela Comissão de Educação, pode produzir resultados positivos, na
avaliação de Cícero Lucena.
Senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) |
Senador Cícero Lucena (PSDB-PB) |
Ao Jornal do Senado, ele disse que os
senadores saíram da reunião com o entendimento de que o procurador-geral deverá
concluir pela representação ao Supremo.
- Não é garantia. É uma avaliação -
ponderou.
O procurador informou, ainda segundo
o senador, que a possibilidade de entrar com uma reclamação no Supremo já vinha
sendo estudada. Relatou ainda que o MP arquivou um pedido de representação
feito pela Confederação Nacional de Municípios, que reivindica a flexibilização
do piso.
Nessa queda de braço entre
governantes e professores, o Supremo se posicionou pela constitucionalidade da
lei em abril do ano passado, quando julgou a ação declaratória de
inconstitucionalidade proposta pelos governos de Ceará, Mato Grosso do Sul,
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Para Cristóvão, uma saída para
estados e municípios que não conseguem pagar o piso seria a intervenção do
governo federal, que assumiria a gestão financeira da rede escolar.
O FILÓSOFO
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