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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O PAPA BENTO XVI, UM TECNOFÓBICO





O Vaticano já apontou contra Galileu, contra a teoria da evolução, a pílula, camisinha, aborto, etc. E agora dispara contra o inimigo que lhe faltava: a tecnologia. Numa demonstração de tecnofobia religiosa, o padre católico Federico Lombardi, porta-voz do papa Bento XVI, apareceu no programa "Octavia Dies" da televisão vaticana e deixou os espectadores boquiabertos ao afirmar que a obsessão pela tecnologia moderna, como o celular e internet, não está deixando tempo suficiente para que as pessoas se dediquem a tarefas espirituais.

Papa Bento XVI
- "Na era do celular e internet é mais difícil que nunca proteger o silêncio e perceber a dimensão interior da vida. Se não cuidarmos de nutrir a vida espiritual, podemos chegar a secar. Se isso não for cultivado, os seres humanos correm o risco de perder suas almas".

As palavras de Lombardi, responsável pelo escritório de imprensa do Vaticano, em realidade, chocam claramente com a realidade "hiper-tecnologizada" da Igreja católica (que obviamente tem seu web site,
www.vatican.va).

Em 2005, o Vaticano, por exemplo, anunciou aos jornalistas a morte do papa João Paulo II por SMS e e-mails. "O Santo Padre faleceu esta tarde às 21.37 em seu apartamento privado", dizia a mensagem. 

Karol Wojtyla
De fato, a morte de Karol Wojtyla foi um dos acontecimentos mais vistos pela internet naquele ano: mais de 990 mil referências ao falecimento, cerca de 60 mil artigos sobre a tradição do vaticano, apostas para saber quem ia suceder João Paulo II e ofertas de viagens para ir a Roma.

E mais. Não faz um mês que uma assembléia de bispos reunidos durante três semanas para pensar como fomentar a divulgação da bíblia concluiu que o texto escrito em papel não bastava. "A voz da palavra divina deve ressoar através de rádios, canais de internet, CD, DVD e ipod", argumentavam num comunicado, onde voltavam a insistir:

"Há que invadir as telas de televisão e cinema, a imprensa, os certames culturais e sociais".

O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano
Em sua cruzada para afiliar mais cristãos, as estratégias tecno-católicas diversificaram-se: criaram uma versão religiosa do YouTube chamada GodTube, uma rádio on-line conhecida como GodPod, impulsionaram uma versão católica do popular video-jogo musical Guitar Hero; chama-se Guitar Praise, custa 150 dólares e em sua lista de músicas figuram canções de rock cristão como "Jesus Freak". Até os cardeais uniram-se à cultura blogger: assim fez Sean O'Malley, o primeiro cardeal estadunidense em contar com um blog, o Cardinal Seans Blog no qual coloca orações, fotos de sua igreja em Boston e imagens de "garotos" (na missa).

Sabe-se, ademais, que os computadores do Vaticano usam Linux e que a nova camada de sacerdotes olham com atenção o iPhone. Daí que entre as aplicações do telefone multiuso da Apple que mais causam furor atualmente figura um conhecido como IBREVIARY, que põe na palma da mão de seus usuários o Breviário (Liturgia das horas ou Ofício Divino), que consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia.

Sacerdote italiano Paolo Padrini
Já foi baixada por mais de 10 mil pessoas. Seu inventor é o sacerdote italiano Paolo Padrini, claro opositor do tecnófobo Lombardi. O padre tecnofílico inclusive já alavancou o futuro da religião através da Web 2.0 e criou um fórum no Facebook chamado Praybook. Ideal para conhecer gente enquanto se ora.

Já por ocasião da tragédia em Santa Catarina o papa, ao invés de abrir as burras do banco do Vaticano, enviou uma benção aos sinistrados. Já o seu Zé, "faz tudo" aqui do bairro e que ganha "malemá" - como ele próprio diz- um salário mínimo por mês, separou roupas, alimentos e enfrentou fila de banco para depositar 5 reais.

O FILÓSOFO

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