O tabaco, substância presente no cigarro,
e o consumo de bebidas alcoólicas sempre foram apontados como um dos principais
fatores para desenvolvimento de câncer na região da garganta. Pois agora
cientistas afirmam que o sexo oral ocupa o topo da lista entre os comportamentos
de risco.
Pesquisa realizada pela Universidade do
Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que o vírus HPV atualmente é a
principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. O papiloma vírus
humano pode provocar lesões de pele ou em mucosas. Existem mais de 200
variações com menores e maiores graus de perigo. Um deles é o causador de
verrugas no colo do útero, consideradas lesões pré-cancerosas.
Homens com mais de 50 anos costumavam ser
as principais vítimas do câncer de garganta. Principalmente aqueles com
histórico de fumo e consumo de bebida alcoólica. Mas o problema tem crescido em
faixas etárias mais baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos em
homens com menos de 50 anos devido ao vírus.
Outros países como Inglaterra e Suécia
também identificaram aumento da doença devido ao HPV. Na Suécia, apenas 25% dos
casos tinham relação com o vírus na década de 1970 e, agora, o índice chega a
90%, de acordo com uma das pesquisadoras, a professora Maura Gillison.
Segundo ela, alguém infectado com o tipo
de vírus associado ao câncer de garganta tem 14 vezes mais chances de
desenvolver a doença.
"O fator de risco aumenta de acordo
com o número de parceiros sexuais e especialmente com aqueles com quem se
praticou sexo oral", afirmou a pesquisadora.
Os resultados do levantamento vão ao
encontro de outros já feitos sobre o mesmo tema, como o realizado pela
Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Realizado no ano passado, o
estudo apontou que pessoas que tiveram mais do que seis parceiros com quem
praticaram sexo oral tinham nove vezes mais chances de desenvolver câncer de
garganta. Nos que já haviam tido algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o
risco subia para 32 vezes.
Os médicos que realizaram o levantamento
sugeriram que homens também sejam vacinados contra o vírus, como é recomendado
para as mulheres. Em países como Inglaterra, meninas de 12 e 13 anos recebem a
vacina contra HPV e, segundo dados, previnem até 90% dos casos de infecções.
No Brasil, há dois tipos de vacinas disponíveis,
contra os tipos mais comuns de câncer do colo do útero, mas o governo alerta
que não há evidência suficiente da eficácia da vacina, o que só poderá ser
observado depois de décadas de acompanhamento. O governo também recomenda a
prática de sexo seguro como a melhor maneira de se prevenir.
O FILÓSOFO
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