Na Câmara dos Deputados, Celso Amorim diz que meta do governo é definir caça vencedor ainda no primeiro semestre; para ele, prioridade é garantir a transferência de tecnologia à indústria nacional.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem em Brasília que a decisão do governo brasileiro sobre a concorrência do F-X2, que prevê a compra de 36 caças para a FAB (Força Aérea Brasileira) por R$ 10 bilhões, sai ainda neste semestre.
Empresários e autoridades da região estão de olho no desfecho da ‘novela’, que se arrasta desde a década de 90. Isso porque a Embraer será a principal subcontratada para montagem final dos caças, seja qual for o fabricante escolhido pela presidente Dilma Roussef - PT.
Previsão do setor aponta a geração de 2.000 empregos nas empresas da cadeia aeronáutica no Vale, em especial em São José.
Decisão. Em seminário promovido na Câmara dos Deputados pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional, Amorim ressaltou que a presidente Dilma está disposta a resolver a questão o mais rápido possível. “O Brasil precisa ter uma força aérea bem equipada. A presidente está plenamente consciente disso. Tenho a expectativa de que possa ocorrer neste semestre”, disse Amorim.
Segundo o ministro, a principal preocupação do governo é garantir a transferência de tecnologia à indústria nacional. A exigência vai beneficiar diretamente a Embraer, que criou recentemente a Embraer Defesa e Segurança, ‘braço’ de defesa voltada ao desenvolvimento de tecnologia e produtos na área militar e de segurança.
“A aquisição dos caças não é só uma compra, tem que ter transferência de tecnologia, produção nacional. Isso vai ocorrer, tenho certeza disso”, disse Amorim.
A escolha dos caças enfrenta desde os anos 90 problemas como cortes de verba e até uma ‘guerra’ de bastidores entre militares, que preferem o caça sueco, o governo do PT, que defende o francês, além de outro grupo ligado ao setor que vê na escolha da Boeing a melhor opção para ampliar os negócios com os Estados Unidos.
Estratégia. O presidente da Frente Parlamentar, Carlos Zarattini (PT-SP), disse que o futuro da Estratégia Nacional de Defesa é fundamental para garantir a soberania do território nacional.
Cargueiro e VLS estão entre as prioridades
Além da aquisição dos caças, as Forças Armadas terão como prioridades nas próximas duas décadas o desenvolvimento de aviões de transporte, quesito que envolve o cargueiro KC-390 da Embraer, e o lançamento do VLS (Veículo Lançador de Satélites), do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) --ambos os projetos desenvolvidos em São José.
Segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi está previstos ainda a modernização do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), a revitalização e a modernização de aeronaves de patrulha e a manutenção do programa de modernização das demais aeronaves da FAB. Atualmente, a Embraer trabalha na modernização do AMX.
Vigilância. A estratégia faz parte do plano de ampliar a proteção da Amazônia e reforçar o patrulhamento das fronteiras. Outro ponto reforçado pelo general pode beneficiar a Avibras. Segundo o militar, novos carros de combate e veículos blindados serão adquiridos pelo Exército.
O FILÓSOFO
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