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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O CARNAVAL COMO MARCA DO BRASIL LÁ FORA




Maior festa da cultura nacional teria raiz fascista: é o que aponta tese sustentada pelo jornalista Leandro Narloch no livro ‘Guia Politicamente incorreto da História do Brasil’

Com o fim da folia, as agências de turismo estrangeiram têm material de sobra para continuar promovendo um destino em alta: o país do carnaval.


No registro ascendente de superação de expectativa de estrangeiros em solo tupi - de acordo com o Ministério do Turismo, o Brasil também fecha o verão com aumento de 20% no fluxo de turistas gringos em relação ao verão do ano passado, segundo uma previsão feita pela Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).

E se o Carnaval é a festa mais popular - responsável por manter boa parte da imagem de que o país é feito de samba, alegorias e mulheres de biquíni - o mérito é de quem? Do fascismo italiano.


A teoria acima é parte do livro “Guia Politicamente incorreto da História do Brasil” (Leya), que o jornalista Leandro Narloch lançou em 2009.

Também autor do “Guia Politicamente incorreto da América Latina” (este em parceria com Duda Teixeira), Narloch afirma que a influência da ideologia defendida pelo ditador Benito Mussolini (1883 - 1945) sobre o desenvolvimento do carnaval é latente. 


“Não fosse a influência do fascismo italiano, o famoso desfile do carnaval brasileiro não existiria. E, sem ele, o samba que conhecemos hoje seria também muito diferente”.


No capítulo dedicado à festa de Momo, o autor explica que historicamente, o período é conhecido pela permissividade de virar as regras do avesso. Durante as festas pagãs da Roma Antiga, que deram origem ao Carnaval cristão, escravos e seus senhores invertiam os papéis: por um dia, eram os servos que mandavam.


Convenhamos o carnaval aqui no Nordeste, perdeu o sentido carnavalesco de músicas bem elaboradas sem pornografia, musicas que atingia o consciente de forma que o folião brincava pra extravasar, agora o sentido é outro o fim é somente sexo e mais nada incentivado pelas suas músicas promíscuas, indecentes, imorais.


 

Ele também cita que uma inversão parecida acontecia na Idade Média. As pessoas faziam missas cômicas - no lugar dos padres, havia personagens como o Rei Momo.

“Não havia tantos papéis trocados nos primeiros carnavais do Brasil, mas uma reviravolta de comportamentos também tomava conta. Durante as festas conhecidas como entrudos, as pessoas atiravam bolas de cera nos outros e faziam guerrinhas d’água pela rua”.


Ideologia. Na comparação enfática com o regime fascista, Narloch usa argumentos provocativos.

“...Suponha que, de repente, um ditador bem metódico, militar e fascista, um ditador como o italiano Benito Mussolini, aliado de Hitler na Segunda Guerra Mundial, tivesse o direito de regular essa bagunça para torná-la orgulho da nação. Como seria o Carnaval organizado por Mussolini? Imagino que não haveria personagens trocados ... Como em um desfile patriótico, os carnavalescos marchariam em linha reta, com tempo metodicamente marcado para cada evolução”, explica um trecho do livro.


ENTRUDO EM LAZARIN
O discurso continua. “Passariam diante das autoridades do governo e de jurados, que avaliariam a disciplina, o figurino e a média de acertos dos grupos, dando notas até dez. A organização do carnaval permitiria apenas músicas edificantes e patrióticas”.

Análise. Para o historiador, Francisco Sofro, a versão apresentada por Narloch é parcial e limitada.

O historiador ainda complementa a crítica, mas com um acento direcionado ao mercado editorial.

“Há um filão de mercado que explora a história, mas há diferenças grandes, entre o trabalho do Laurentino Gomes, por exemplo, do feito pelo Leandro Narloch”.

O FILÓSOFO

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