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segunda-feira, 12 de março de 2012

CRISE NA INDÚSTRIA DO PAÍS PODE SE AGRAVAR AINDA MAIS EM 2012

Dr. Guido Mantega

A ameaça de desindustrialização chegou ao núcleo das preocupações do governo, com os números muito ruins da indústria no PIB de 2011 e na produção industrial mensal. O pior, porém, é que as projeções para 2012 também são desanimadoras. Instituições preveem queda na produção industrial mensal no primeiro trimestre, e acham difícil que o crescimento no ano supere os 2%. Em 2011, a expansão foi de 0,3%.

Nos últimos dias, em resposta aos problemas da indústria, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que vai estender a desoneração da folha salarial a diversos novos setores industriais. Além disso, deixou claro que fará tudo ao seu alcance para evitar a sobrevalorização do real, que prejudica a indústria.

Para alguns economistas, algumas características da economia brasileira combinaram-se com um contexto global desfavorável para debilitar a indústria brasileira. Em contrapartida, o setor de serviços, que não sofre a concorrência internacional, está cada vez mais aquecido. 

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos últimos anos parecem sustentar aquela visão. Entre 2002 e 2011, os desembolsos para o setor de serviços e comércio cresceram dez vezes, saindo de R$ 2,8 bilhões para R$ 29,2 bilhões. 

No mesmo período, em que houve uma expansão de quase quatro vezes na carteira do BNDES, os desembolsos para a indústria cresceram duas vezes e meia, de R$ 17,4 bilhões para R$ 43,8 bilhões. Em 2002, a indústria levava seis vezes mais do que os serviços e o comércio. Em 2011, apenas 50% a mais.

Para o economista Samuel Pessôa, sócio da consultoria Tendências, "os problemas da indústria brasileira estão ligados ao modelo de desenvolvimento do País, mas a situação sofreu um agravamento depois da grande crise global".

Na sua visão, a redemo-cratização favoreceu uma política socioeconômica de redistribuição de renda e estímulo ao consumo. Isso, por sua vez, acentuou a característica histórica brasileira de ter taxa de poupança doméstica muito baixa, hoje em 17% do PIB, que se compara a níveis bem acima de 20%, e mesmo de 30%, de muitos emergentes.



O FILÓSOFO

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