Morto na última sexta-feira aos 80 anos, Chico Anysio dizia que existem dois tipos de humor, o engraçado e o sem graça.
É uma frase simples.
Dita nessa época do politicamente correto, é de uma agudez exemplar. E se encaixa tanto no humor – como ensinou o criador do Professor Raymundo, do Alberto Roberto, do Bozó e outros 200 personagens que marcaram o humor brasileiro ao longo de décadas – quanto no jornalismo. Afinal, existem dois tipos de jornalismo e rádialismo: o bom e o mau jornalismo e rádialismo. O jornalismo e rádialismo eficaz, que reflete a sociedade e, ao mesmo tempo, a instiga e faz a sociedade avançar através do debate de idéias e da reflexão sobre seus problemas e seus desafios, e o jornalismo ineficaz.
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Grandes jornalistas brasileiros debateram essa distinção ao longo dos anos.
A sociedade que aceita qualquer jornalismo e ou rádialismo não merece jornalismo ou rádialismo melhor. Jornalismo e rádialismo é, antes de tudo e, sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter. Misto de humorista e jornalista, Millôr Fernandes sentenciou de forma radical: jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados. “Tá danado”, teria exclamado Azambuja, personagem de Chico Anysio que representava os malandros dos subúrbios do Rio de Janeiro.
Mais que oposição, jornalismo é reflexão.
Eles devem informar os leitores, mas também deve ir além: levá-los a conhecer melhor a cidade, o país, o mundo é o que faz a rádio FOLHAS DE CAMPO MAIOR – FM, FREQÜÊNCIA 96.9 e o BLOG FOLHAS DE CAMPO MAIOR. E a pensar sobre eles. Em artigo sobre Alberto Dines, Eugênio Bucci escreveu que a imprensa se ocupa mais das incertezas que das certezas. É verdade. Afinal, é sobre a incerteza que é possível a sociedade avançar. Assim como O rádialismo e jornalismo não é simplesmente oposição, jornalismo também não pode ser neutro. Jornalismo é ação, um instrumento de mudança.
O humor existe para incomodar, dizia Chico Anysio. Assim como o bom jornalismo falado ou escrito. O resto, venhamos e convenhamos, é armazém de secos e molhados. E some assim, vapt-vupt, da cabeça do leitor.
O FILÓSOFO
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