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terça-feira, 27 de março de 2012

MMA: RINHA HUMANA



Acredito que toda pessoa, com um mínimo de bom senso, seja contra qualquer tipo de violência.

E sendo assim, sou contrário até as lutas corpóreas que são recheadas de golpes violentos. Para mim, qualquer tipo de luta passa bem longe do que seja esporte.

Penso que as lutas não deveriam fazer parte dos jogos olímpicos. Esse tipo de combate é a negação da grandiosidade do que significa o esporte.

Estou tratando do tema porque dias atrás, ao dar uma olhadela na televisão, dei de cara com uma luta que é a sensação do momento, a tal de MMA (Mixed Martial Arts ou ainda Artes Marciais Mistas). O “espetáculo” foi assustador, os lutadores estavam banhados em sangue, enquanto se digladiavam. A cena é o que há de mais primitivo, troglodita e animalesco. Vale tudo mesmo, pior que briga de rua. Dizem que a luta tem regras, mas nada justifica o banho de sangue. Nem os animais irracionais chegam a tanto.


Onde querem chegar com tamanha violência? Até a toda poderosa Globo (Império do Mau), a Vênus platinada, entrou nessa. Voltou o tempo da barbárie. Ao ver aquela imagem de “selvagens” praticando o que chamam de “esporte”, pensei em tratar do assunto aqui. Mas, fui adiando até que na última segunda-feira li no jornal “Folha de S. Paulo’ um artigo de autoria do advogado e deputado federal José Mentor (PT-SP), intitulado “Proibir o MMA na televisão”.

Deputado federal José Mentor (PT-SP)
Acredito que muitos concordam com ele, outros não, e tem aqueles que discordam apenas porque ele é parlamentar petista, uma bobagem, pois o que vale é o debate.

Segundo o artigo, objetivo é “proibir o televisionamento de lutas agressivas e brutais que banalizam e propagandeiam a violência pela violência, sem qualquer outra mensagem, pela TV, que é uma concessão estatal”. Mentor disse que “basta assistir a um único embate para ver a brutalidade e a contundência dos golpes, desde pontapés e joelhadas na cabeça até cotoveladas no rosto, chaves de braço e ‘mata-leões’ (chaves no pescoço)”.

Ele lembra que “em dezembro, o brasileiro Rodrigo Minotauro quebrou o braço e teve de passar por cirurgia para colocar 16 pinos metálicos. Em outra apresentação recente, bastaram alguns segundos para o ‘vencedor’ derrotar o adversário com dois únicos golpes Há cenas de sangue jorrando longe após cotoveladas na boca e no nariz do oponente que caiu, tremendo e com espasmos”.


Mentor lembrou de outras brutalidades. “No Brasil, rinhas de galo e de canário são proibidas legalmente. Há cidades, como São Paulo, por exemplo, que não permitem rodeios, porque ferem e machucam animais. Mas lutar MMA que maltrata, fere, machuca lesiona, sangra o ser humano, pode! Rinha humana pode!”

Ainda de acordo com Mentor, “em Nova York, desde 1997 são proibidas competições e outras atividades do MMA”. Na França, elas também já foram proibidas. No Canadá, em 2010, a associação médica concluiu que o MMA provoca traumas e lesões que podem estar presentes pelo resto da vida do lutador. A entidade sugeriu que o esporte seja banido do Canadá, que é o segundo maior mercado do UFC (Ultimate Fighting Championship) no mundo. No Brasil, médicos e pesquisadores têm se manifestado contra a prática, apontando riscos tanto de lesões, algumas permanentes, como de morte”.

Para o Mentor, “a veiculação das imagens dessas lutas pode incitar ainda mais a violência que campeia pelo mundo. São cenas que despertam instintos raivosos, maldosos. O UFC está avaliado em mais de US$ 1 bilhão e se tornou um fenômeno de mídia. São poucos ganhando muito com o sangue, com a desumanidade e com o destempero alheios”.

Seria a volta dos gladiadores? “Na Roma antiga, os gladiadores, escravizados, lutavam entre si até a morte. Galvão Bueno, nas chamadas da famigerada TV Globo, alardeia ‘os gladiadores do século 21?”, disse.


Tem um bam-bam-bam da selvageria que está lançando “A Bíblia do MMA – As técnicas do maior lutador da atualidade”. Pior, tem igreja que já adotou a barbárie das lutas como forma de evangelização. Belo cristianismo esse, que transforma o púlpito em ringue de lutas. É o final dos tempos!

O FILÓSOFO

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