Especialista alerta para
risco de perder a chance de conhecer um parceiro de verdade.
Um belo dia, aquele seu grande amigo lhe
parece muito mais interessante do que você já se permitiu pensar e, feliz ou
infelizmente, vocês avançam o sinal e terminam a noite juntos, na cama.
Se você nunca passou por isso, ao menos deve conhecer alguém que já esteve
nessa situação. A “amizade colorida” que, inclusive, já inspirou produções para
o cinema, é um tipo de relacionamento cada vez mais comum entre os jovens e
adultos. Mas quais limites devem ser impostos neste tipo de relação e como não
se magoar nem ferir o outro?
Heidi Reeder, uma professora de comunicação da Boise State University (Idaho,
EUA), já se dedicou a escrever sobre o assunto. E, nesses artigos que podem ser
encontrados na internet, Heidi identifica quatro tipos de relações comuns.
A “atração amistosa” você gosta da pessoa e de estar com ela, mas não sente
atração amorosa nem sexual; a “atração romântica”, aquela na qual se deseja
transformar a amizade em namoro; a “atração subjetiva física/sexual”, na qual
existe o desejo de manter relações sexuais com o amigo; e, por fim, a “atração
objetiva física sexual”, aquela na qual você reconhece o amigo como atraente,
mas para os outros, e não para si mesmo.
Problema ou solução? Ter
a consciência desses tipos de relação, no entanto, não significa que você está
livre de cair nas armadilhas do amor. Ou seria da amizade? Ou da atração?
“Acho que quando alguém encara uma amizade colorida é porque está carente, não
vejo outro motivo. Comigo foi assim”, no início é sempre fácil lidar com a
situação, e ambos querem se divertir, nada além disso, mas alerta para o que
pode surgir depois.
“Em algum momento sempre chega a cobrança de um compromisso, ou o ciúme, e as
duas partes começam a se estranhar. O meu problema foi justamente ficar
interessado na pessoa e não ter o retorno, mas também já aconteceu o contrário”.
“Aí começa aquele drama mexicano” sabe?
Neste caso, não devemos trabalhar com o psicológico. Mas será que é possível
para quem já se envolveu? Garantimos que sim!
Depois de manter um amizade colorida por cerca de um ano e quatro meses,
Fernanda conta que seu amigo/ficante a pediu em namoro, no meio de um show,
perto de todos os amigos em comum dos dois.
“Fiquei surpresa porque a mulher costuma se envolver mais que o homem. Eu pedi
para pensar, acabei aceitando e ficamos juntos seis meses”, conta. E mesmo com
a inversão dos papéis, Fernanda conta que tudo acabou, ou melhor, continuo bem:
na amizade.
“Acho que o segredo é ser sincero e deixar tudo muito claro. Tenho amigos
coloridos, “diz Fernanda”, com os quais a amizade se fortaleceu depois do
sexo”, diz. Prova de que os homens realmente estão vulneráveis nesse jogo de
amizade e amor é o publicitário Guilherme Samambaia. Ele garante que já teve
várias amizades coloridas, e já se envolveu mais que a companheira.
“E o contrário também aconteceu. Mas se o outro não ta afim, aí é hora de
parar”, diz.
Especialista. Para a
psicóloga Letícia de Oliveira, numa amizade colorida sempre alguém vai sair
perdendo, porque o nível de envolvimento e carência nunca é igual e vem daí o
risco de se machucar.
“E ambos estão vulneráveis porque quando falamos de sentimento é praticamente
impossível se falar de controle. Então pode acontecer de um se apaixonar e do
ciúme aparecer”, afirma a psicóloga.
Para Letícia, um outro risco que se corre ao estar envolvido numa amizade
colorida é se fechar para outros relacionamentos e perder a oportunidade de
encontrar um parceiro de verdade.
Amizade com sexo?
Em um de seus artigos, a americana Heidi Reeder afirma que 20% dos
homens e mulheres entrevistados já haviam transado com um amigo, pelo menos uma
vez na vida. Destes, 76% garantiram que o relacionamento ficou melhor após o
sexo
Amor com benefícios inspira filme
romântico
A amizade colorida está tão presente e se
tornou tão comum na vida de jovens e adultos que o tema inspirou uma produção
para o cinema. Em setembro do ano passado (2011), estreou o longa “Friends With
Benefits”, em português “Amizade Colorida”.
Na produção, a atriz Mila Kunis interpreta uma a caça-talentos que convence um
jovem criativo, vivido pelo ator e cantor Justin Timberlake, a aceitar uma
proposta de trabalho em Nova York. E eles acabam ficando amigos.
Mas o problema é que a coisa começa a evoluir e também a se complicar à medida
que a intimidade também vai aumentando e eles confessam que sentem falta de
sexo.
Evite. Para evitar
confusões e amenizar a situação, a dupla decide impor uma regra importante à
convivência:
“tudo não passa de atração física e
qualquer emoção deverá ser deixada de lado.”
Mas será possível impor regras ao sentimento?
Para ele parece muito simples não misturar as coisas. “(Sexo) É um ato físico.
Como jogar tênis”, diz o criativo.
Depois que chegam em um consenso, antes de irem para a cama, tudo o que gostam
ou consideram inadequado no sexo vira tema de uma conversa transparente, de
amigos, enquanto tiram as roupas. Não poderia mesmo dar certo! Carência? Inconseqüência?
Imaturidade? Uma amiga vai além:
“Amigos fazendo sexo? Vocês estão na
faculdade?”
O FILÓSOFO