Documentos secretos são expostos durante
comemoração dos 400 anos da criação do acervo Da AFP noticias@band.com.br
O
processo de Galileu, a excomunhão de Martin Luther, a "confissão" dos
Templários: pela primeira vez o Vaticano revela ao público alguns de seus
inúmeros segredos, numa exposição excepcional, aberta nesta quarta-feira nos
museus do Capitólio, em Roma.
No total, mais de cem documentos originais foram selecionados, por ocasião dos 400 anos de criação desses arquivos secretos, pelo Papa Paulo V.
Intitulada "Lux in arcana" ("Luz sobre os segredos" em
latim), a exposição permite ao visitante contemplar o pedido de anulação do
casamento de Henrique VIII e Catarina de Aragão e o "dictatus Papae"
de Gregório VII, um manuscrito do século XI afirmando a supremacia dos papas
sobre todos os outros poderes na terra.
Além do processo de Galileu e a bula de excomunhão de Martin Luther, está um pergaminho de 60 metros, remontando a 1308, e contendo a confissão dos templários diante de três cardeais enviados por Clemente V ao castelo de Chinon (centro da França).
Além do processo de Galileu e a bula de excomunhão de Martin Luther, está um pergaminho de 60 metros, remontando a 1308, e contendo a confissão dos templários diante de três cardeais enviados por Clemente V ao castelo de Chinon (centro da França).
"É a primeira vez na História, e talvez, também, a última, que esses
documentos deixam o interior do Vaticano", afirmam os organizadores.
Sinal da importância do evento, o número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, abriu a exposição ao lado do "ministro" da Cultura do Vaticano, Gianfranco Ravasi, do prefeito de Roma, Gianni Alemanno, e do ministro italiano da Cultura, Lorenzo Ornaghi.
Ouvido pela imprensa sobre o que o teria mais impressionado nesta exposição, o cardeal Bertone respondeu: "Certamente, a verdade histórica".
Revela também documentos que defendem a atitude do Papa Pio XII, criticado por
ter mantido silêncio ante o Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial. Entre
eles, está um relatório do núncio Francesco Borgongini-Duca que visitou sete
campos de concentração na Itália, em 1941, e uma carta de agradecimentos de
pessoas detidas nos campos, endereçada ao Papa.
Entre os outros documentos está a nomeação
ao trono papal do eremita Pietro Morrone (século XIII), que se tornou Celestino
V e foi o único Papa da História a se demitir. Há também um documento do século
XV no qual Alexandre VI divide o Novo Mundo entre a Espanha e Portugal, após a
"descoberta" da América por Cristóvão Colombo. Ou ainda o decreto do
Papa Leão X que selou o cisma com os protestantes, conduzindo às guerras de
religiões fratricidas na Europa.
Outros tesouros: as cartas de Michelangelo sobre a construção da Basílica de
São Pedro ou um documento confeccionado em seda pela imperatriz da China Helena
Wang, convertida ao cristianismo.
Mais curiosa, a missiva do chefe da tribo indígena Ojibwa datando do século XIX a Leão XIII, a quem chama de "grande mestre das preces que cumpre as funções de Jesus".
Outra raridade, uma carta de Maria Antonieta presa depois da Revolução, na qual pode-se ler: "os sentimentos daqueles que partilham minha tristeza (...) são a única consolação que posso receber nestas tristes circunstâncias".
Confira mais informações no site oficial do "Lux in arcana" -
O FILÓSOFO
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