Para relator da Comissão, proposta é um 'momento histórico' na luta contra a corrupção no País.
Advogados. A comissão também aprovou uma proposta que cria o crime o abuso das
prerrogativas do advogado, inexistente hoje. Estão sujeitos à pena de seis
meses a dois anos de prisão policiais promotores, delegados, juízes e quaisquer
outros agentes que atuem para dificultar o trabalho do advogado. Pelo texto,
será considerado crime, por exemplo, a autoridade ou servidor público impedir
acesso aos autos de uma investigação ou processo, negar-se a entregar ou
esconder documentos e proibir o advogado de se encontrar com seu cliente.
"Esse crime é muito importante porque é
através dele que a gente vence uma justiça ditatorial. Na ditadura, o advogado
não tinha prerrogativas, a gente não tinha hábeas corpus, a gente era
completamente cerceado na liberdade", afirmou Juliana Belloque, defensora
pública do Estado de São Paulo e integrante da comissão. "Uma democracia
que se preze precisa respeitar a atuação do advogado e é isso que a gente
busca", disse.
As sugestões feitas pela comissão devem ser
apresentadas ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), até o final de
maio. Caberá a Sarney decidir se propõe um novo código ou se inclui as
sugestões em projetos já em tramitação. As mudanças, se aprovadas pelos
senadores, terão de passar ainda pela Câmara.
A comissão de juristas do Senado também discute
mudanças no Código Penal que foi aprovada nesta segunda-feira, 23, uma proposta
que cria o crime de enriquecimento ilícito. Pelo texto, servidores públicos e
agentes políticos que não conseguirem comprovar a origem de determinado bem ou
valor poderão responder a processo na Justiça.
Atualmente, não existe tal crime no código. Os
integrantes decidiram que o novo tipo penal valeria para bens móveis (carros,
títulos, entre outros) ou imóveis (terrenos, apartamentos, por exemplo) de
origem não comprovada. Se for aprovado, o crime de enriquecimento ilícito teria
pena de um a cinco anos de prisão.
Para o relator da comissão, o procurador regional
da República Luiz Carlos Gonçalves, a proposta é um "momento
histórico" na luta contra a corrupção no País. "Criminalizamos a
conduta do funcionário público que enriquece sem que saiba como", afirmou.
Procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, |
A comissão deve apresentar até maio um texto final
ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Caberá a ele decidir se
apresenta um único projeto ou se inclui as propostas a projetos já em
tramitação na Casa.
A comissão de juristas que discute no Senado
Federal a reforma do Código Penal aprovou nesta sexta uma proposta para
endurecer as punições dos servidores públicos que tenham sido condenados por
cometer abuso de autoridade. Pelo texto, o funcionário público poderá ser
condenado à pena de até cinco anos de prisão.
Atualmente, o servidor é enquadrado pela Lei de
Abuso de Autoridade, criada na época da ditadura militar (1965). Por essa lei,
a pena máxima aplicada em um processo pode chegar a seis meses de prisão. Não
haveria mudanças entre a proposta aprovada pela comissão e a lei atual quanto à
possibilidade de se aplicar também uma pena de demissão ao funcionário que
tenha se excedido em suas funções.
"Hoje a pena é insuficiente. Não se pode contestar
com essas condutas. O funcionário público tem que se pautar pela legalidade".
Afirmou o procurador regional da República Luiz
Carlos Gonçalves, relator da comissão.
O FILÓSOFO
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