Baseado no arquivo secreto do Monsenhor Renato Dodozzi, morto em 2003), Vaticano S.A. revela escândalos políticos e financeiros da maior Instituição Religiosa do Mundo: a Igreja Católica Apostólica Romana.
O imenso arquivo do Monsenhor Dodozzi, que trabalhou no IOR, ficou
guardado na Suíça até a sua morte e hoje acessível a todos, revela uma
verdadeira e própria “lavanderia de dinheiro” no centro de Roma,
utilizada também pela máfia e por inescrupulosos aventureiros políticos.
Um paraíso fiscal que não se submete a nenhuma legislação, a não ser às
sacras leis do Estado do Vaticano.
O livro mostra também como fundos “pessoais” do papa João Paulo II
foram usados para financiar o sindicato polonês Solidariedade contra o
regime socialista soviético.
As mazelas do banco do Papa
Vaticano ganha rubrica de "Estado preocupante".
Que a condição do Vaticano como rota internacional
para lavagem de dinheiro é “preocupante” não é novidade para ninguém. Mas o
status duvidoso da chamada Santa Sé agora é oficial, de acordo com a nova lista
de 67 países potencialmente suscetíveis à lavagem de dinheiro proveniente do
tráfico internacional de drogas, publicada pelo Departamento de Estado
americano. Sob a mesma rubrica “Estados preocupantes”, à qual o Estado papal
agora faz parte, estão Albânia e Iêmen.
A condição ainda é melhor que a do Brasil, que
figura entre os chamados “Estados de alto risco”, com Afeganistão e Ilhas
Cayman. Mas já preocupa o papa Ratzinger, disposto a tentar impedir a lavagem
de dinheiro no Banco do Vaticano (IOR).
Bento XVI quer forçar o Estado a adotar as regras
internacionais recomendadas pela ONU e aplicadas pela União Europeia. No fim de
2010, criou até o posto de “Autoridade para Informações Financeiras”. A julgar
pelas últimas denúncias de reciclagem de dinheiro sujo a envolver o IOR, a
autoridade do sumo pontífice parece não surtir o efeito desejado.
Cartas de secretário-geral ao Papa sobre desordem
na administração foram divulgadas nesta quarta-feira.
Cartas enviadas ao Papa Bento 16 denunciam diversas
irregularidades no Vaticano Gabriel
Bouys/AFP Da AFP noticia@band.com.br
O arcebispo Carlo Maria Vigano, secretário-geral do Vaticano até 2011 |
O arcebispo Carlo Maria Vigano,
secretário-geral do Vaticano até 2011, denunciou no ano passado, em cartas
enviadas ao Papa Bento 16, a "corrupção" e a desordem observadas na
administração do menor Estado do mundo, informaram nesta quarta-feira meios de
comunicação italianos.
O Papa nomeou Vigano como núncio
apostólico nos Estados Unidos em agosto de 2011, uma promoção interpretada como
um castigo para o prelado, conhecido pelo rigor na gestão do Vaticano durante
dois anos.
Os jornais Corriere della Sera e Libero
publicaram nesta quarta-feira extratos das cartas ao Papa.
"Minha transferência (para os Estados
Unidos) servirá para desanimar os que acreditaram que seria possível limpar o
Vaticano de numerosos casos de corrupção e desvios de verba, escreveu Vigano”.
Numa das cartas, deu a entender que outros
cardeais "conheciam bem a situação", reprovando seus predecessores,
mas também os banqueiros italianos que fazem parte do Comitê de Finanças e
Gestão, que teriam privilegiado:
"os próprios interesses".
Em dezembro passado, segundo suas
acusações, uma operação financeira desastrada causou uma perda de 2,5 milhões
de dólares.
Vigano introduziu cortes drásticos no
orçamento, como o da administração dos jardins do Vaticano e o do tradicional
presépio de Natal, que em 2009 ficou em 550.000 euros, reduzidos depois para
200.000 euros.
O saneamento promovido por Vigano
permitiu ao Vaticano sair de um déficit de oito milhões de euros, em 2009, a um
lucro de 34,4 milhões de euros, em 2010.
O FILÓSOFO
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