A seccional piauiense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) divulgou ontem nota de repúdio à atitude do governador Wilson Martins de vetar a participação de membros da instituição e do Ministério Público Estadual em reunião do governo com os policiais civis. A reunião, na tarde da última quarta-feira, tinha como objetivo negociar um acordo para acabar com a greve da categoria. Terminou com acordo de reajuste de 24%, em quatro vezes, e suspensão da paralisação
O presidente da OAB-PI, Sigifroi Moreno Filho, e o promotor de Justiça Fernando Santos foram ao Palácio de Karnak a convite da direção do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), para participar da reunião. Os dois atuavam como intermediário nas negociações, mas foram impedidos de participar da audiência. Na nota de repúdio divulgada ontem, a OAB-PI compara a atitude de Wilson Martins ao período da ditadura e a classifica de autoritária e "um mau exemplo enquanto representante popular e autoridade constituída por força dos princípios democráticos".
Sigifroi Moreno Filho, Presidente da OAB-PI |
Diz a nota da OAB que a instituição tem em sua História a marca de ter lutado para garantir o respeito aos ideais democráticos, mesmo nos regimes de exceção. "Todas essas credenciais, contudo, não foram suficientes para impedir que a Ordem dos Advogados do Brasil fosse vetada de participar, no Palácio de Karnak, de uma reunião entre Policiais Civis e Governo do Estado, realizada na última quarta-feira, cuja pauta era o fim da greve da categoria, que vitima, primordialmente, o cidadão de bem", afirma a nota. Para a Ordem, enquanto instituição popular, jamais poderia ter sido barrada na Casa do Povo.
A OAB-PI justificou que foi convidada para a reunião por membros do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí, para que ajudasse a buscar, junto ao Governo, de uma saída satisfatória para a greve. "A instituição, contudo, não foi ouvida, não foi abordada, não foi sequer recebida pelo Governador do Estado, que descartou a presença da Ordem na reunião e protagonizou, desta forma, ato unilateral, deselegante e antidemocrático", diz a nota.
O FILÓSOFO
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