.

.

terça-feira, 31 de maio de 2011

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA REGISTRADA NO PIAUÍ É SUPERIOR À REGISTRADA NO MUNDO


A temperatura (média) mínima de Teresina cresceu 0,8°C em trinta e três anos, no período compreendido entre 1977 e 2009. Este aquecimento é considerado alto pela meteorologia num comparativo com o aquecimento do planeta. Em cem anos a temperatura média mínima do planeta cresceu 0,5°C. 

A elevação da temperatura na capital piauiense durante os anos analisados pela meteorologista Sônia Feitosa, da Semar (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí), que resultou em sua dissertação de mestrado, aponta que a sensação que a população tem de que a temperatura está mais quente a cada ano acontece nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, conhecido por B-R-O-BRÓ. 


No período chuvoso o aumento não é muito significativo. Segundo a meteorologista, a alteração da temperatura mínima em Teresina também é verificada em cidades de médio a grande porte que estão em plena expansão populacional, de infra- estrutura e de prestação de serviço. 

Durante os trinta e três anos é possível fazer duas subdivisões de tempo, do qual é notório observar dois fatores que influenciaram na elevação da temperatura em Teresina. Entre 1977 a 1991 houve o crescimento populacional, onde as pessoas saíam das cidades do interior do Piauí em busca de melhores oportunidades na capital. A construção de conjuntos habitacionais impulsionados pela política de desenvolvimento da época é o fator primordial de influência na alteração da temperatura, pois para a construção destes empreendimentos habitacionais é necessário desmatar grandes extensões de terras, desconfigurando a vegetação originária do local. 

"A evolução urbana provoca a supressão da vegetação dando lugar às construções com material com alta capacidade de absorção de calor ou reflexivos", diz a meteorologista Sônia Feitosa. Este fator é visualizado principalmente entre os anos de 1991 a 1992. 


No segundo período verificado (entre 1992 a 2009) também acontece o aumento populacional e a retirada da vegetação. A expansão das vias de asfalto na cidade provoca a impermeabilização do solo, fazendo a água escoar não ficando nenhuma reserva para evaporação, no solo ou na vegetação. Isso faz aumentar a temperatura da superfície do solo e também a temperatura do ar. Com a expansão da cidade a vegetação diminuiu, aumentando a temperatura da superfície nas áreas de maior concentração de construções.


Também influenciou no aquecimento o aumento da quantidade de solo arenoso (areia) neste intervalo de tempo. A presença de areia na cidade durante os trinta e três anos analisados passou de 5,3% para 9,3%, o que reflete na sensação de calor. Um dado interessante é que também aumentou a quantidade de água de 4,6% para 6,0% verificado através de imagem de satélite no período dos anos de 1977 a 2009. Porém, esta água é resultado dos espelhos d'águas presentes na superfície do solo, como as piscinas e dos leitos dos rios (por assoreamento), e não pela água dos lençóis freáticos.  A umidade em Teresina no B-R-O-Bró apresenta-se baixa e nos 33 anos analisados não houve alteração, como se esperava.

O FILÓSOFO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO POR DEIXAR UM COMENTÁRIO PARA O FOLHAS DE CAMPO MAIOR