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sexta-feira, 6 de abril de 2012

ERRAR É HUMANO, PERSISTIR NO ERRO É...


Não há problema algum em se estar errado.

Não há problema algum em sentir que se pode estar errado.
As pessoas valorizam demais os acertos e se apegam muito à sensação de estarem certas.

Sinto isso principalmente no trânsito quando alguém comete um erro e o condutor que vem atrás buzina. Não porque isso ajudaria. Mas tão somente para enfatizar sua razão.


Um ponto enfatizado pela palestrante do vídeo acima é o fato de, se não bastasse nos apegarmos à sensação de que estamos certos, temos dificuldade de admitir o erro mesmo quando nós mesmos já percebemos que estamos errados.

Uma imagem muito boa que ela usa é o do Coiote, que persegue o Papa-Léguas, e que anda alguns metros após o abismo e que depois de perceber que ultrapassou o ponto do abismo, só então, começa a cair. Se ele não percebesse o seu erro continuaria a desafiar a lei da gravidade. Estamos a todo tempo fazendo isso.


Creio que todo o problema começa em nosso sistema de ensino que, em algum momento, passa a mostrar que o erro é ruim.

Errar faz parte do processo criativo, seja na arte, seja na ciência.
Errar não é ruim.

Não estou certo de que esse não seria o motivo de as artes serem tão desvalorizadas nos atuais métodos educacionais, afinal, nelas, o erro é a constante, o correr riscos.

Em algum momento deixamos de ser capazes de lidar com isso e preferimos, em nossas vidas o fácil e o seguro.


A palestrante, Kathryn Schulz tem um livro, e certamente estará entre minhas próximas leituras:

·                     Por que erramos? – O lado positivo de assumir o erro

A sinopse e mesmo o título dá a idéia errada de que apenas admitir o erro e assumi-lo é o suficiente. Na palestra, ela vai além e mostra que admitir a possibilidade de estar errado é algo ainda melhor.

Agarrarmo-nos com demasiada força a supostas certezas nos faz pensar que aqueles que pensam diferentes de nós são primeiro ignorantes (não têm acesso aos dados que nós temos), depois idiotas (mesmo tendo acesso aos fatos, não conseguem concatená-los a ponto de entender o mundo como você) e, por último, são simplesmente maus (tendo acesso aos fatos e sendo capazes de entendê-los, não haveria outra explicação).


E depois você se perguntaria por que os conflitos políticos, religiosos, esportivos e outros surgem?

Porque nós estamos certos.

O FILÓSOFO

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