O projeto Cursinho Popular, uma alternativa para estudantes sem condições de pagarem um cursinho pré-vestibular "normal" corre risco de não acontecer este ano. Em reunião realizada esta semana, a direção do Instituto Civitas, responsável pela gestão do projeto, decidiu que não irá mais executar o curso. A decisão foi tomada em decorrência do atraso do Governo do Estado no repasse dos recursos destinados para o projeto.
Segundo informou Robertone Pessoa, diretor executivo do Instituto Civitas, apenas 59% dos recursos já garantidos através de contrato foi pago pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Os recursos totais no valor de R$ 3 milhões são destinados para o pagamento de 2.500 professores que atendem em 206 núcleos do cursinho que acontecem em diversas cidades do Estado.
"Não temos condições de manter o programa. Os recursos não estão chegando e os professores já começaram a desistir. Recebemos a informação que os repasses foram cancelados por conta de irregularidades na prestação de contas, mas anualmente fazemos isso e nunca houve contestação", comentou o diretor que esteve na manhã desta quarta-feira, dia 11 na Seduc protocolando todas as prestações de contas dos cursinhos populares.
"Sempre mantivemos a transparência. A continuidade do projeto agora dependerá apenas do Estado. Estamos entregando e agora cabe ao Estado. A decisão é do poder público agora. O Civitas não quer mais participar do cursinho popular. Porque afinal não vamos colocar o nome do Instituto em situações vexatórias", relatou Robertone Pessoa.
Já o superintendente de gestão da Seduc, Neto Carvalho, informou que atendendo determinação do secretário estadual de Educação, Átila Lira, a execução do projeto será feita este ano através de licitação pública. "Em 2011 qualquer empresa ou entidade relacionada poderá concorrer para realizar o projeto. A medida foi tomada como forma de dar uma maior transparência à gestão dos recursos da educação", ressaltou, acrescentando que, inclusive, o Instituto Civitas poderá concorrer à licitação.
Os cursinhos populares voltados para alunos da escola pública têm garantido resultados positivos na aprovação de alunos nos vestibulares em universidades públicas e privadas no Estado. Em 2009, alunos da escola pública alcançaram 62% de aprovação na Universidade Estadual (Uespi), 47% no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet), 70% no Instituto Superior de Educação Antonio Freire (Iseaf) e chegou a 80% na Universidade Aberta do Piauí (UAPI).
O FILÓSOFO
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