A leitura em seus momentos iniciais ou, posteriormente, por razões diversas será mediada. Mediar leitura tem um aspecto amplo. Pode significar o simples papel de ledor, o que acontence com deficientes visuais que não dominam o Braille ou pessoas ainda não alfabetizadas; mas, também, pode significar a interpretação do texto escrito, o canal de acesso à informação e à fantasia, no caso dos textos literários.
- Para aqueles que não leem.
PARA AQUELES QUE NÃO LEEM
DICA DO DIA: Desperte um livro adormecido, se não funcionar, desperte pessoas!
O universo dos que não lêem pode abranger, dentre outras situações, em qualquer idade, aqueles que:
· Ainda não foram alfabetizados;
· Têm dificuldades com a visão;
· Têm dificuldades intelectuais.
As dificuldades podem estar relacionadas a aspectos sociais, de acessos aos livros, de saúde, comportamentais. Podem ser dificuldades permanentes ou temporárias.
Por isso é importante saber que também se faz leitura:
1. Por meio de imagens – descrevendo-as, comentando-as;
2. Por expressão icônica – que representa ou reproduz com exatidão e fidelidade (uma idéia, um objeto);
3. Banda Desenhada (BD) ou, popularmente, quadrinhos, cartoons – que eram inicialmente considerados nefastos para a leitura de crianças, mas podem ser um recurso valioso por exibirem uma linguagem altamente intuitiva.
4. Tradição oral – com o livro escrito e, posteriormente, impresso, ela se perdeu um pouco. Guarda a importância da cultura de se contar histórias e de se valorizar os conhecimentos dos mais antigos;
5. Leitura enganada – contar histórias conhecidas pelas crianças ou adultos, pedindo para eles identificarem o que foi mudado. Isso Desenvolve a atenção e a imaginação. Para se contar uma história ou lê-la é preciso criar uma atmosfera especial, o que alimenta o prazer estético das crianças. Convém evitar a utilização de ilustração para estimular a construção das próprias imagens por associação de palavras.
6. Leitura mediada – o mediador é o canal entre o mundo das letras e o da imaginação. Para deficientes visuais que não dominam o Braille, a figura do ledor é de extrema importância.
Naturalmente, essa lista não esgota o assunto e nem resolve o problema, mas se para você o prazer da leitura, e a própria leitura em si, é algo extremamente natural, para uma grande parte das pessoas é ainda um mundo inexplorado por diversas razões. Ajude alguém a desbravar novos horizontes!SOBRINO, Javier García (org.), et. al. A criança e o livro: A aventura de ler, Portugal: Porto Editora, 2000.
Assim, muitas pessoas podem ser referência de mediação: os pais, professores, orientadores, bibliotecários, um amigo, um voluntário…
Quanto ao professor convém:
- Ter aptidão para escolher a obra apropriada, tanto em termos de adequação etária, quanto em relação às preferências do grupo;
- Emprego eficaz de recurso metodológico – para saber dar ritmo, reconhecer momentos de avanços ou de recuos na aprendizagem e na formação do leitor;
- Suscitar a verbalização acerca da compreensão da obra;
- Domínio acerca do conteúdo a ser ministrado;
- Senso de oportunidade – o mediador deve saber avançar e recuar, testar novas abordagens. O modo de construção do leitor é um processo lento e gradativo;
- Seleção de material – conhecer o interesse dos alunos, o universo deles, contextualizar;
- Conhecimento da produção literária para crianças;
- Conhecimento de lançamentos recentes, ser atualizado;
- Atender aos princípios da Filosofia e Educação contemporâneas – “aprender a aprender e aprender a ser”;
- Atendimento às qualidades estéticas da literatura sem preconceito e sem moralismos – literatura é arte;
- Dar preferência a textos inovadores e emancipatórios – estimular o pensamento independente e o senso crítico;
- Cuidar pela qualidade do material – estimular esse respeito;
- Cuidar pela qualidade da linguagem – por mais que a língua evolua, é bom falar e escrever corretamente;
- Cuidar pela variedade de temas;
- Ter um tratamento questionador.
Fique atento, muitas vezes, o professor precisa trabalhar nele mesmo as aptidões de leitor. Certas resistências podem advir de desconhecimento e pouco preparo.
Aprofunde-se mais em:
COSTA, Marta Morais da, Metodologia do ensino da literatura infantil, Curitiba: Ibpex, 2007.
O FILÓSOFO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OBRIGADO POR DEIXAR UM COMENTÁRIO PARA O FOLHAS DE CAMPO MAIOR