.

.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

PAPEL DO PROFESSOR ENQUANTO MEDIADOR DA LEITURA



A leitura em seus momentos iniciais ou, posteriormente, por razões diversas será mediada. Mediar leitura tem um aspecto amplo. Pode significar o simples papel de ledor, o que acontence com deficientes visuais que não dominam o Braille ou pessoas ainda não alfabetizadas; mas, também, pode significar a interpretação do texto escrito, o canal de acesso à informação e à fantasia, no caso dos textos literários.
  • Para aqueles que não leem.


    PARA AQUELES QUE NÃO LEEM

     

     

    DICA DO DIA: Desperte um livro adormecido, se não funcionar, desperte pessoas!

     

    O universo dos que não lêem pode abranger, dentre outras situações, em qualquer idade, aqueles que:

    ·                     Ainda não foram alfabetizados;

    ·                     Têm dificuldades com a visão;

    ·                     Têm dificuldades intelectuais.

    As dificuldades podem estar relacionadas a aspectos sociais, de acessos aos livros, de saúde, comportamentais. Podem ser dificuldades permanentes ou temporárias.

    Por isso é importante saber que também se faz leitura:

     

    1.                Por meio de imagens – descrevendo-as, comentando-as;

    2.                Por expressão icônica – que representa ou reproduz com exatidão e fidelidade (uma idéia, um objeto);

    3.                 Banda Desenhada (BD) ou, popularmente, quadrinhos, cartoons – que eram inicialmente considerados nefastos para a leitura de crianças, mas podem ser um recurso valioso por exibirem uma linguagem altamente intuitiva.

    4.                Tradição oral – com o livro escrito e, posteriormente, impresso, ela se perdeu um pouco. Guarda a importância da cultura de se contar histórias e de se valorizar os conhecimentos dos mais antigos;

    5.                Leitura enganada – contar histórias conhecidas pelas crianças ou adultos, pedindo para eles identificarem o que foi mudado. Isso Desenvolve a atenção e a imaginação. Para se contar uma história ou lê-la é preciso criar uma atmosfera especial, o que alimenta o prazer estético das crianças. Convém evitar a utilização de ilustração para estimular a construção das próprias imagens por associação de palavras.

    6.                Leitura mediada – o mediador é o canal entre o mundo das letras e o da imaginação. Para deficientes visuais que não dominam o Braille, a figura do ledor é de extrema importância.

    Naturalmente, essa lista não esgota o assunto e nem resolve o problema, mas se para você o prazer da leitura, e a própria leitura em si, é algo extremamente natural, para uma grande parte das pessoas é ainda um mundo inexplorado por diversas razões. Ajude alguém a desbravar novos horizontes!
    SOBRINO, Javier García (org.), et. al. A criança e o livro: A aventura de ler, Portugal: Porto Editora, 2000.


Assim, muitas pessoas podem ser referência de mediação: os pais, professores, orientadores, bibliotecários, um amigo, um voluntário…

Quanto ao professor convém:

  1. Ter aptidão para escolher a obra apropriada, tanto em termos de adequação etária, quanto em relação às preferências do grupo;
  2. Emprego eficaz de recurso metodológico – para saber dar ritmo, reconhecer momentos de avanços ou de recuos na aprendizagem e na formação do leitor;
  3. Suscitar a verbalização acerca da compreensão da obra;
  4. Domínio acerca do conteúdo a ser ministrado;
  5. Senso de oportunidade – o mediador deve saber avançar e recuar, testar novas abordagens. O modo de construção do leitor é um processo lento e gradativo;
  6. Seleção de material  – conhecer o interesse dos alunos, o universo deles, contextualizar;
  7. Conhecimento da produção literária para crianças;
  8. Conhecimento de lançamentos recentes, ser atualizado;
  9. Atender aos princípios da Filosofia e Educação contemporâneas – “aprender a aprender e aprender a ser”;
  10. Atendimento às qualidades estéticas da literatura sem preconceito e sem moralismos – literatura é arte;
  11. Dar preferência a textos inovadores e emancipatórios – estimular o pensamento independente e o senso crítico;
  12. Cuidar pela qualidade do material – estimular esse respeito;
  13. Cuidar pela qualidade da linguagem – por mais que a língua evolua, é bom falar e escrever corretamente;
  14. Cuidar pela variedade de temas;
  15. Ter um tratamento questionador.
Fique atento, muitas vezes, o professor precisa trabalhar nele mesmo as aptidões de leitor. Certas resistências podem advir de desconhecimento e pouco preparo.
Aprofunde-se mais em:
COSTA, Marta Morais da, Metodologia do ensino da literatura infantil, Curitiba: Ibpex, 2007.

O FILÓSOFO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO POR DEIXAR UM COMENTÁRIO PARA O FOLHAS DE CAMPO MAIOR