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segunda-feira, 14 de março de 2011

E AGORA JOSÉ?


Com o perdão do Carlos Drummond de Andrade, me aproprio de seu poema para expressar minhas condolências para os que aguardavam o inaguardavel ou seja om impossível e també pelo respeito sobre o futuro que os aguarda.


A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você aí que votou no homem e que ficou com as calcas na mão?
Você que é sem nome,,
que acreditou,
você que gritou seus reclamos,
que amou, que protestou,
e agora, José?
Sobrou com a mulher,
ficou sem discurso,
sem carinho,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou.
E agora, José?
Palavras de esperança ouvidas,
um instante de febre,
um fio de luz ao longe,
um grito parado na garganta – e agora ?
Com a chave na mão quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou,
quer ir para Minas,
Minas não há mais, pois para o Joãozinho a porta trancou.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José, porque você é um brasileiro!
Sozinho no escuro,
qual bicho-do-mato,
sem parede nua para se encostar,
sem cavalo preto que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde?
Marcha para o futuro, pois esse ninguém,
nem mesmo o sapo de cafanhaque, poderá lhe roubar!


E quem é o José? Ele é o Eleitor derrotado num sufrágio Universal, mas também é cada um de nós que acreditamos, que lutamos e que aceitamos a perda dessa batalha, mas que jamais a entregaremos nossa quota de um Brasil honesto, trabalhador e alegre, a um grupelho de aventureiros corruptos e ignorantes. Coragem, José, pois a festa ainda não acabou. Ela não acabará jamais!

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