Calor, cansaço, problemas respiratórios. Tem muita gente preocupada com a baixa umidade do ar. Algumas regiões estão com clima de deserto, com uma nuvem que parece tempestade de areia. A situação é crítica em quase todo país. No estado de São Paulo, várias cidades estão em estado de alerta, porque há riscos para a saúde. É uma sensação de desconforto. “Está faltando ar puro”, diz uma senhora.
Nos últimos dias, a umidade do ar tem atingido índices considerados críticos pela Organização Mundial da Saúde (OMS): abaixo de 30%. “Nós somos preparados para respirar numa umidade a 70%”, afirma um médico.
“Está muito quente e muito abafado. Não tem condições de a gente ficar circulando”, reclamou uma senhora.
Em Brasília, no Distrito Federal, para amenizar os efeitos da baixa umidade, os funcionários de uma escola molham as janelas e os corredores a cada quatro horas. O vapor d’água pulverizado nas áreas cobertas é um alívio em outra escola. Em sala, a garrafinha d’água é uma necessidade.
“A professora sempre pede para bebermos bastante água, então a gente sempre traz uma garrafinha”, comentou uma menina.
Em Mato Grosso do Sul, a umidade do ar chegou a 10% esta semana em alguns municípios e os moradores ainda têm de conviver com a poluição das queimadas. O Ibama registrou 168 focos de incêndio este mês. Matas nativas foram atingidas e animais silvestres morreram.
Em Goiânia, quem trabalha sob o sol tenta se proteger como pode. “Coloco proteção de braço, passo protetor solar, mas mesmo assim não dá. Fico com a pele queimada. É complicado, trabalhar desse jeito é complicado”, conta um vendedor.
Para deixar o quarto mais úmido e dar mais conforto às crianças, são necessárias bacias com água e toalha molhada. Jataí, no interior de Goiás, marcou esta semana a menor umidade do estado: 8 %. A cidade ficou coberta por uma poeira densa.
Campinas, no interior de São Paulo, está em estado de alerta. São mais de dois meses sem chuva na cidade. A recomendação da Defesa Civil é suspender as atividades físicas e trabalhos ao ar livre entre as 10h e 16h. Seu Josias respeitou os sinais do corpo. Parou para descansar antes de voltar ao trabalho. “Descansar um pouquinho porque o tempo está muito seco. Trabalho com vendas, tenho que andar. Se eu não andar, não vendo”, conta.
Às 16h de terça (16), o medidor de umidade marcava 14% no centro de Campinas. É clima de deserto. Segundo os médicos, a preocupação é com as sensações de cansaço e desconforto, mas principalmente com o aumento dos riscos de infecções respiratórias.
“Hidratar-se bem, não se esquecer de tomar bastante água e soro nasal para hidratação da via respiratória. Pode ser até o soro gel. E bacias ou vasilhas de água no quarto à noite”, recomenda o pediatra Alfredo Daniel Lopes.
Garrafinha de água, copo de suco e ou, quem sabe, algo mais refrescante? “Um palitinho de sorvete não dá conta. Tem que ser uns dois ou três”, brinca o auxiliar de escritório Kennedy Roldão.
Na capital paulista, terça (16) foi o dia mais seco dos últimos dois anos. A umidade do ar baixou para 14%.
O FILÓSOFO
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